Lindbergh Farias critica processo de ‘impeachment’ no Paraguai



Em discurso no Plenário na noite desta terça-feira (26), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o processo de impeachment de Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai. O senador disse que a situação do país vizinho é diferente daquela que o Brasil viveu em 1992, com o processo de impeachment do ex-presidente, e hoje senador, Fernando Collor (PTB-AL).

Lindbergh disse que no caso brasileiro a acusação era de crime de responsabilidade, com amplo espaço para a defesa. Lindbergh disse que o processo paraguaio deu apenas 36 horas de tempo para a defesa, em um caso de acusação de mau desempenho das funções.

- Lamento que parlamentares brasileiros entendam como um processo normal o que houve no Paraguai – disse Lindbergh.

O senador leu uma nota da direção do PT, na qual o partido define como “golpe” o processo de impeachment de Fernando Lugo. A nota diz que “as forças de direita realizaram uma deposição”, com pouco espaço para a defesa de Lugo. O PT também critica a atuação da Suprema Corte do Paraguai, que negou o pedido de anulação do julgamento pelo Senado. Com a saída de Lugo, assumiu a presidência o vice-presidente, Frederico Franco.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) elogiou o pronunciamento do colega e a nota do PT. Segundo Randolfe, o que houve no Paraguai foi mesmo um golpe. Ele disse temer que a crise paraguaia se aprofunde, com retaliação aos movimentos sociais.

Eduardo Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, lembrou que já era senador em 1992, época em que ocorreu o processo de impeachment de Collor. Suplicy, que foi um dos autores do requerimento que deu origem à comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigou o caso, disse que o processo durou vários meses, com amplo direito de defesa. Ele também lamentou “a pressa” do processo que terminou no afastamento de Lugo da presidência do Paraguai.



26/06/2012

Agência Senado


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