LOBÃO ALERTA PARA A DIZIMAÇÃO DA MADEIRA NA AMAZÔNIA



"Espero que ainda seja tempo de impedir danos irreversíveis à integridade da Amazônia", disse o senador Edison Lobão (PFL-MA) manifestando sua preocupação diante de declarações recentes do presidente do Ibama, Eduardo Martins, que alertou poder o Brasil passar de exportador a importador de madeira, no ano de 2004, caso não sejam tomadas providências urgentes.Para Lobão, as advertências de Martins, sobre a necessidade de se plantar 300 mil hectares por ano para impedir que o Brasil venha a importar madeira para seu consumo, coincidem com as reiteradas críticas que vários senadores, inclusive ele mesmo, já fizeram sobre a ação das madeireiras asiáticas. "Depois de dizimar as reservas florestais de seus países, elas aportaram no Brasil para dar continuidade aos seus nefastos desígnios".O senador maranhense reiterou denúncias veiculadas na imprensa segundo as quais essas madeireiras já seriam proprietárias de 81% das terras situadas em locais privilegiados com espécies nobres no sul e sudeste do Amazonas. "Tais empresas estariam sendo beneficiadas com a doação de amplas áreas públicas municipais, criando-se a expectativa de elevarem o consumo da madeira de 700 mil para 2 milhões de metros cúbicos por ano". Lobão citou especialistas internacionais para lembrar que as florestas de clima, como a Amazônica, são exuberantes apenas na aparência. "Elas formam os chamados "desertos úmidos", uma complexa cobertura vegetal fincada num solo arenoso, o mais frágil de todos os ecossistemas, merecendo portanto, cuidados de preservação mais meticulosos".Segundo Lobão, os órgãos técnicos brasileiros precisam elaborar estudos de proteção da Amazônia, com soluções imperativas a serem cumpridas pelo Executivo. "Leio na imprensa que o Ibama vem tomando providências fiscalizadoras, em que pese a carência de pessoal e de instrumentos para realizá-las a tempo e a hora. Acredito, porém, ser hora de adotar providências mais drásticas para resguardar as nossas florestas tão cantadas, mas pouco preservadas", concluiu.

09/11/1998

Agência Senado


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