LOBÃO DIZ QUE TUBINO, E NÃO GRECA, ASSINOU A PORTARIA



Rebatendo as críticas feitas ao ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca, pelo ex-diretor do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto (Indesp) Manoel Tubino, durante a audiência pública promovida nesta quarta-feira (dia 27) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que a Portaria 23/99, que permitiu a exploração dos bingos eletrônicos, foi assinada por Tubino. O senador fez referência a um fax enviado pela secretária-executiva do ministério, Tereza Castro, na qual sugere que os fatos citados pela imprensa sobre as irregularidades no Indesp fossem investigados. Para Lobão, este é um claro indício de que Greca pretendia esclarecer o episódio.
Ponto de vista semelhante foi manifestado pelo senador José Agripino (PFL-RN). Para ele, as limitações que Tubino disse haver encontrado no Indesp, que estaria despreparado para realizar as atribuições que a lei prevê, poderiam ter sido superadas por uma atitude mais combativa do seu titular. .
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) considerou sem sentido a defesa que alguns vêm procurando fazer de Greca. "Eu não posso acreditar que os jornais e revistas mais importantes deste país tenham se unido para caluniar o ministro", afirmou. .
Com base em denúncias que lhes foram enviadas por uma pessoa cujo nome disse que precisava manter em sigilo, "por questão de segurança", o senador Roberto Requião (PMDB-PR) reafirmou sua crença na existência de um esquema montado no Indesp para cobrar "pedágios de US$15 mil para a liberação do credenciamento de bingos temporários, e US$ 150 mil para bingos permanentes". Segundo o senador, o denunciante informou que proprietários dos bingos e de máquinas caça-níqueis participaram da elaboração da legislação. .
De acordo com a fonte de Roberto Requião, estariam entre os verdadeiros autores da legislação sobre os bingos Luis Antonio Buffara, Sergio Buffara, Andre Manfredi, Paulo Araujo, Pedro Sescinski, Alejandro Ortiz, e responsáveis por casas de bingo, citados como doutor Osmar (Bingo Itaim), senhor Renê (Bingo Pamplona) e senhor Olavo (Bingo Augusta). Por essas informações, Alejandro Ortiz seria o "braço direito" da máfia italiana no Brasil. .
Para o senador Leomar Quintanilha (PFL-TO), a portaria contraria o espírito da Lei Pelé. Ele destacou a contribuição de Tubino para o desenvolvimento do esporte amador e lamentou que os recursos apurados com as atividades dos bingos não fossem utilizadas para o desenvolvimento do setor. Quintanilha defendeu o comparecimento do ministro Rafael Greca ao Senado para prestar esclarecimentos. Neste sentido, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que já foi enviado à Mesa requerimento convocando o ministro.
Mas, para o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), é justamente na Lei Pelé que reside a origem do problema. Ele lembrou que ela foi votada "a toque de caixa" e com a presença do próprio ex-jogador, então ministro, como forma de contranger os debates e apressar a sua aprovação. "A lei é ruim", disse Alcântara. .
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) lamentou que a portaria, em vez de ser elaborada por Tubino, "que é uma pessoa altamente qualificada, e, inclusive é ex-presidente do Conselho Nacional de Desportos", possa ter sido feita por representantes da máfia". O senador Antero de Barros (PSDB-MT) considerou "um absurdo" que o Indesp disponha de apenas oito funcionários para realizar a fiscalização dos bingos em todo país.

27/10/1999

Agência Senado


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