Lobão pede a governo que ajude empresas de comunicação social com dificuldades financeiras
A mídia brasileira enfrenta a maior crise de sua história com uma dívida acumulada em cerca de US$ 10 bilhões, informou o senador Edison Lobão (PFL-MA), que defendeu ajuda governamental destinada a recuperar jornais e emissoras de rádio e televisão que se encontram em dificuldades.
Para Edison Lobão, a saída seria o poder público conceder às empresas de comunicação tratamento idêntico ao que é oferecido aos demais setores da economia em matéria de concessão de créditos. Segundo ele, a mídia se sente discriminada pelas chamadas políticas operacionais de financiamento em vigor.
- Na França e na Grã-Bretanha, em nome do primado da democracia, o Estado oferece ajuda direta e indireta às empresas de comunicação em dificuldade, seja por meio de empréstimos a juros baixíssimos, seja pela redução parcial de seus débitos acumulados nos órgãos governamentais, inclusive bancos, sem falar de outros incentivos, como tarifas preferenciais nos transportes ferroviário e aéreo - informou Edison Lobão.
O senador pelo Maranhão entende que o direito à informação, refletindo as diferentes correntes de pensamento, é condição básica para o fortalecimento da democracia e do pluralismo de opinião, razão pela qual acha que a ajuda financeira do Estado é essencial, já que a imprensa exerce um serviço de utilidade pública.
Edison Lobão acredita que a segurança econômica e financeira das empresas de comunicação é tão importante quanto a liberdade de opinião garantida pela Constituição. Por isso acha que a questão da crise da mídia deve ser tratada como uma questão da sociedade, da cidadania, "pois não pode haver democracia estável sem o respaldo de um sistema de informação pluralista". Em aparte, o senador César Borges (PFL-BA) também defendeu incentivos financeiros do governo à imprensa.
04/03/2004
Agência Senado
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