Lúcia Vânia sugere ensino em tempo integral como arma contra as drogas
Depois de abordar a escalada do consumo de crack, numa análise focada especialmente na situação de Goiás, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) apontou em Plenário, nesta sexta-feira (13), a escola de tempo integral como alternativa para reduzir as chances de envolvimento das crianças e adolescentes com as drogas. Como estratégia frente ao problema, ela sugeriu ainda a incorporação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) ao Programa Nacional de Segurança Pública (Pronasci).
- Uma vez em funcionamento, o Peti vai propiciar à família uma ajuda de custo para que cada criança fique na escola em tempo integral. Com isso, as chances dessa criança se envolver com a criminalidade são consideravelmente reduzidas - justificou.
A senadora relatou pedido recentemente encaminhado a ela por moradores do Conjunto Primavera em Goiânia, capital de seu estado, exatamente no sentido da implantação do PETI nas escolas do bairro. No local, como relatou, traficantes vendem drogas, em especial o crack, em qualquer horário e em plena luz do dia.
O PETI foi criado quando Lucia Vânia dirigia a Secretaria Nacional de Assistência Social, órgão do então Ministério da Previdência e Assistência Social, no governo Fernando Henrique Cardoso. O objetivo foi garantir um segundo turno escolar para crianças em situação de trabalho, com aulas de reforço e atividades esportivas e recreativas. Atualmente, o programa integra o Bolsa-Família, que fundiu os diversos benefícios sociais de complemento de renda.
- Neste momento extremamente crítico, urge que os poderes públicos acordem e enfatizem efetivas políticas públicas, que venham ao encontro de soluções duradouras e garantam à infância e adolescência brasileira o seu presente e o seu futuro - cobrou.
Epidemia
Lúcia Vânia observou que especialistas em saúde já estão tratando como epidemia o vício do crack no Brasil. Ela ressaltou que, no Pronto-Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, de Goiânia, um dos maiores hospitais públicos que atendem dependentes de drogas, o número de pacientes dependentes de crack teria triplicado nos últimos três anos: passou de 20% para 60% das internações por problemas com drogas.
Outros dados foram apresentados pela senadora demonstrar o veloz crescimento do consumo e da violência associada ao tráfico de crack no seu estado. Pelos números da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos, as apreensões de crack feitas pelas Polícias Civil e Militar, em 2007, totalizaram 28 quilos. Já em 2008, esse número saltou para 110 quilos.
A senadora observou ainda que essa droga, antes considerada marginal e restrita a moradores de rua, hoje avança sobre todas as classes sociais. Como seu consumo produz imediata dependência, ela observou que, em pouco tempo, o usuário fica sem dinheiro para manter o vício. Assim, começa a cometer outros crimes como furto, roubos, latrocínios e o próprio tráfico da droga.
Seminário
A senadora aproveitou para informar sobre a realização de seminário, no dia 18 de novembro, em Goiânia, no Centro de Convenções, dedicado a temas relacionados à proteção de crianças e adolescentes em situação de risco. Como observou, o evento é dirigido a todos os atores que trabalham na prevenção da prostituição infantil, do combate à exploração sexual e na prevenção em relação às drogas, do setor público e a entidades sociais. Na mesma data, salientou, é celebrado o Dia Nacional do Conselheiro Tutelar, que também participarão do seminário.
13/11/2009
Agência Senado
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