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Lúcio Alcântara repudia proposta de extinção da Sudene

O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) registrou em Plenário seu repúdio à proposta de extinção da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). -Tenho a firme convicção de que o desenvolvimento de nossa região resulta dos programas de atuação da Sudene, envolvida no fomento à agropecuária, à indústria de transformação, ao comércio e aos serviços - afirmou Alcântara, ao fazer uma análise dos indicadores econômicos regionais para argumentar em defesa da autarquia.

Em seu pronunciamento, o senador destacou os avanços propiciados à economia nordestina pela política de incentivos fiscais e financeiros do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). Desde a criação da Sudene, em 1959, foram financiados 2.125 projetos com recursos do Finor, que injetou mais de R$ 43 bilhões na região e gerou cerca de 460 mil empregos diretos.

Lúcio Alcântara recorreu a dados do Boletim Conjuntural do Nordeste, editado pela Sudene, para realçar sua capacidade como agente de fomento do desenvolvimento regional. Disse que, em 1999, o Produto Interno Bruto (PIB) nordestino correspondeu a R$ 174 bilhões e obteve crescimento superior à marca nacional. Disse também que esse comportamento deveu-se ao desempenho dos setores agropecuário (10,6%), de construção civil (4,4%), transporte ferroviário (11,6%), comunicações (6,4%) e aluguéis (5,9%).

Em paralelo aos programas de fomento econômico, o senador cearense divulgou importantes iniciativas sociais incentivadas pela Sudene. Mencionou, por exemplo, o Programa Federal de Combate aos Efeitos da Seca, que, no auge da estiagem, distribuiu três milhões de cestas básicas ao mês, em 1.418 municípios do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. E também citou resultados do Programa Água na Escola, que já beneficiou 20 mil alunos de 881 escolas rurais da região.

De acordo com Lúcio Alcântara, a Sudene se tornou alvo de estudos de mudança institucional em 1999, quando foi proposta sua transformação em agência de desenvolvimento. Seu objetivo seria conferir maior agilidade na organização de políticas de desenvolvimento regional, e não extinguir a autarquia federal.

Mesmo ciente das irregularidades atribuídas aos órgãos regionais, Alcântara lembrou que a Sudene conseguiu promover, a despeito das restrições naturais e socio-econômicas do Nordeste, avanços no desenvolvimento regional. - Não podemos permitir que nossa região seja atendida de forma ineficaz em seu processo de desenvolvimento pela carência de um agente como a Sudene. Ao contrário, temos que elevar cada vez mais a sua possibilidade de atuação, fornecendo os meios necessários a sua modernização e os recursos para implementação de seus relevantes programas - argumentou.

30/03/2001

Agência Senado

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