LÚCIO ALCÂNTARA:MÉDICOS NÃO TÊM MUITO A COMEMORAR



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) disse hoje (dia 21), durante a homenagem da Casa ao Dia do Médico, que a prestação de serviços de saúde no Brasil, a exemplo do que ocorre em outros setores, "é extremamente desigual", não havendo, portanto, muito a comemorar. Ele afirmou que a aprovação da CPMF não trouxe os benefícios esperados e apontou as deficiências que existem no ensino de Medicina no Brasil.

- Enquanto temos os centros médicos mais avançados do mundo como é o caso de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, há situações de verdadeira penúria, onde o médico trabalha em condições hostis e inadequadas para promover o mínimo de qualidade da assistência que pode prestar aos seus pacientes - afirmou.

Com relação à CPMF, Lúcio Alcântara entende que a contribuição não significou um aumento dos recursos disponíveis para a saúde. Para ele, o produto da nova arrecadação substituiu fontes anteriores de recursos ou foi usado para pagar empréstimos que o governo havia contraído para financiar o setor. "Criou-se a CPMF e saiu a fonte Tesouro Nacional", explicou.

Para mostrar que o ensino médico não vai bem no Brasil, Alcântara trouxe dados contidos em documento elaborado por uma comissão especial que avaliou as escolas médicas em todo o país.

- No Brasil,não sei se é por causa da reserva do mercado, mas há uma tendência de se atribuirao " princípio da autonomia universitária" a permissão para a abertura de novos cursos médicos , afirmou.



21/10/1997

Agência Senado


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