Lula cai, mas é o preferido para o Planalto, em 2002
Lula cai, mas é o preferido para o Planalto, em 2002.
Ministro da Saúde, José Serra, aparece em quarto lugar na intenção de votos para a sucessão de Fernando Henrique.
A governadora Roseana Sarney também teve destaque na pesquisa CNT/Sensus. Em um dos cenários, ela chega a ocupar a terceira posição, atrás de Lula e
O presidente de honra do PT, Luís Inácio Lula da Silva, lidera com folga as intenções de voto do eleitor brasileiro. Apesar deter registrado uma queda, de 34,2% no mês de julho, para 32,9% nas intenções para as eleições presidenciais de 2002, ele permanece na liderança, conforme o instituto Sensus, em pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes. O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 195 municípios de 24 estados em todo país entre os dias 17 e 23 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de 3% para mais ou para menos.
Em relação aos dados de julho, o ministro da Saúde, José Serra (PSDB), registrou um crescimento, no principal cenário elaborado pela Sensus. Serra passou de 7, 1% em julho para 10% agora em agosto. Esta é a primeira vez que o ministro alcança 10% das intenções de voto.
No último mês, o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PPS) registrou uma recuperação, passando de 11,8% para 14,9%. Os governadores de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), e do Rio de janeiro, Anthony Garotinho (PSB), tiveram quedas nas intenções de voto.
Brizola sugere um negro na presidência
Ameaça a Simon e elogios ao vereador José Fortunati que está descontente com o PT.
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, disse ontem, em Porto Alegre que o partido está aberto para receber o vereador José Fortunati (PT) e que tudo depende da decisão do petista. Também adiantou que o PDT poderá ter um "candidato negro" à presidência da República, se a frente das oposições não se consolidar. Não quis confirmar se o nome seria o do deputado federal Alceu Collares.
Brizola participou do grande expediente da Assembléia Legislativa, em homenagem aos 40 anos da Legalidade. Prometeu responder ao senador Pedro Simon no mesmo nível, mas garantiu que "não dará o primeiro tiro" nessa polêmica. "Quem iniciou a hostilidade foi ele. Eu lhe fiz críticas políticas e ele devolveu com ataques pessoais". Simon, na semana passada, acusou Brizola de fazer acordos com o general Golbery do Couto e Silva, no regime militar.
Sobre o ingresso no PDT, do vereador José Fortunati, disse que está de "braços abertos". Salientou porém, que não usará o mesmo expediente que o PT utflizou com a senadora Eniília Femandes (PT/RS), que era do seu partido. "Ficou claro que eles atraíram Emília oferecendo uma vaga ao Senado Federal", garantiu. Fortunati não descarta a mudança de partido. Ele sentiu-se preterido na definição dos candidatos ao Senado pelo PT, que estaria apostando em Emília Fernandes e no deputado federal Paulo Paim.
Maluf: desvios podem chegar a R$ 1 bilhão.
O desvio de dinheiro de obras no governo do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PPB) chegou a R$ 1 bilhão, do custo total de R$ 2,8 bilhões de seis grandes obras. A afirmação é do vereador Vicente Cândido, do PT, relator da CPI do Tribunal de Contas do Município, que entregou ontem seu relatório ao Ministério Público Estadual. Segundo ele, o valor de R$ 432,5 milhões se refere apenas ao superfaturamento por meio de indexação das obras.
A Polícia Civil de São Paulo também abriu inquérito para investigar suspeitas de superfaturamento em obras realizadas na gestão de Maluf na prefeitura de São Paulo. Parte do dinheiro supostamente depositado nas Ilhas Jersey pode ter sido desviado do pagamento de precatórios (cobranças judiciais).
A suspeita é do Ministério Público Federal. Durante a gestão de Maluf , entre 1993 e 1996, a prefeitura de São Paulo emitiu R$ 1,5 bilhão em títulos da dívida pública para o pagamento de precatórios, mas não chegou a usar sequer R$ 900 milhões. O restante, R$ 607 milhões, segundo a CPI dos Precatórios do Senado Federal , foi desviado.
Porto Alegre terá mais policiais militares nas ruas.
Novo comandante-geral da BM, coronel Gerson Pereira, que assumiu o cargo ontem, disse que vai reforçar o policiamento.
O coronel só não antecipou quantos PMs serão colocados nas ruas da Capital. Ele disse que a integração com a Polícia Civil já é uma realidade no Rio Grande do Sul.
O número de policiais militares nas ruas de Porto Alegre vai aumentar. Esta foi a primeira medida anunciada pelo novo comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Gerson Nunes Pereira, que tomou posse ontem pela manhã. A solenidade aconteceu na Academia de Polícia Militar, em Porto Alegre, e contou com a presença do governador Olívio Dutra e vários secretários e integrantes do primeiro escalão do governo. No final da cerimônia, o novo comandante chorou abraçado aos pais ' Doralina e Enoir Pereira.
ATRASO - A transmissão do cargo, marcada para as 11lh, começou no horário. O secretário da justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, chegou com 20 minutos de atraso. Hoje, Bisol viaja para Brasília para assinar um convênio com o governo federal para o repasse de R$ 17 milhões pelo Plano Nacional de Segurança.
Em seu discurso de posse, o coronel citou frases de Maquiavel, Einstein e do jurista Rui Cirne Lima. Afirmou que a BM vai intensificar o policiamento nas ruas. "Hoje (ontem) mesmo, nós vamos diminuir os espaços para o crime", salientou.
Editorial
Estado em frangalhos.
O ministro José Serra está convocado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado para explicar o novo corte nas verbas orçamentárias destinadas à Saúde. Segundo denúncia do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o corte, de R$ 1,4 bilhão, é mais uma exigência do Fundo Monetário Internacional. Nem um centavo foi retirado dos R$ 120 bilhões que servirão para pagar os juros e serviços da dívida externa.
O setor público está em processo de esfacelamento e, ao ruir, esse Estado deixa viúvas e órfãos em quantidades industriais.
Em uma sociedade tão pobre, tão desigual, a falência do poder público só poderia mesmo gerar o desespero dos doentes, a péssima formação educacional de sucessivas gerações, o desamparo de aposentados, a insegurança pública e muitos outros males.
Não importa tanto discutir quem são os responsáveis pela destruição do Estado. Um eventual tribunal para julgá-los necessitaria de um enorme banco dos réus, com assento para empresários que se valeram de benesses, às vezes legais, políticos fisiológicos ou corruptos, governantes tíbios ou desonestos.
Pode-se até clamar pela punição dos responsáveis, mas é muito mais urgente trabalhar pela reconstrução do Estado, sem o que tudo o mais será quase impossível.
Nesse sentido, não basta pensar em dotar a máquina pública de funcionários capazes, ou em montar um sistema tributário eficiente. Todas essas tarefas são, sim, urgentes e importantíssimas. Mas não esgotam o elenco de providências indispensáveis.
O sistema de representação política, que nunca foi, no Brasil, dos mais saudáveis, está hoje tão em frangalhos quanto o próprio poder público.
A legislação eleitoral e partidária é um convite permanente à perpetuação das condições que estão gerando a destruição do Estado.
Os partidos inexistem como intermediários entre a sociedade e o Estado, o que acaba fazendo com que os políticos - por mais sérios que alguns possam ser - deixem de atuar, de fato, como representantes de seus eleitores. É evidente que as dificuldades para a plena execução de tal tarefa são imensas. Desanimar diante delas e cruzar os braços seria abdicação intolerável e condenaria o País a viver permanentemente no estado catatônico em que vegeta há tempo demais.
Acorda, Brasil!
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