Lula chora ao visitar fábrica








Lula chora ao visitar fábrica
Candidato petista se emociona ao chegar à linha de montagem de automóveis da Volkswagen. Ele aproveita para fazer novos ataques ao Governo

SÃO PAULO – Em visita à linha de montagem de automóveis da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (Grande ABC), o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, se emocionou no comício e chorou. “Minha cabeça começou a girar e voltei a 75, a 78, e lembrei como era difícil entrar na fábrica. Nós tínhamos que esconder os boletins (do sindicato) nas meias e dentro da roupa para poder entrar”, disse Lula, se referindo ao início de sua militância sindical.

Lula radicalizou o discurso contra o Governo, lembrando os tempos em que era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, quando usava inflamados discursos contra o Governo para mobilizar os operários.

Durante o discurso, o candidato chamou o Governo Federal de “um bando de agiotas” e disse que mudará o modelo econômico “no primeiro dia de mandato”, caso seja eleito.

O discurso de Lula contrasta com seus pronunciamentos das últimas semanas, quando repetiu que manteria o comprometimento com políticas do atual Governo, como as metas de inflação, o superávit primário e o respeito aos contratos já firmados. O endurecimento do discurso de Lula coincide com o crescimento nas pesquisas de Ciro Gomes (Frente Trabalhista), que disputa com o petista parte do eleitorado de oposição ao Governo.

SARNEY – O senador José Sarney (PMDB-MA) fez ontem uma manifestação de apoio à Lula, ao dizer que tem simpatia pela sua candidatura. Ele disse, por meio de sua assessoria, “que não procede a informação de que o PFL do Maranhão teria decidido se engajar na candidatura de Ciro Gomes”. Ele fez questão de salientar que “não endossa” a informação de que sua filha, ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, teria optado pela campanha de Ciro.


Fernando Collor classifica Freire e José Aníbal como “stalinistas”
MACEIÓ – O candidato a governador de Alagoas Fernando Collor de Mello (PRTB) chamou ontem de stalinista a atitude dos presidentes nacionais do PSDB, deputado José Aníbal(SP), candidato a senador, e do PPS, senador Roberto Freire (PE), em querer proibir o apoio das bases dos dois partidos à candidatura dele.

Esta foi a primeira vez que Collor se posicionou sobre as reações políticas de Aníbal e Freire aos apoios que vem recebendo das bases das duas legendas em Alagoas. Ele se solidarizou com a prefeita de Arapiraca (AL), Célia Rocha (PSDB) e com o deputado federal Régis Cavalcante (PPS-AL), que manifestaram apoio à sua candidatura.

“A prefeita Célia Rocha foi submetida a um constrangimento público. Isso não se faz.

Se fosse outro Estado, eles não teriam agido assim. Por isso, repudio essa atitude discriminatória e preconceituosa contra Alagoas, contra a mulher e contra quem apóia a minha candidatura”, afirmou.

O candidato da Frente Popular Trabalhista a governador de Alagoas disse que não sairá da coligação, formada por PTB/PPS/PPB/PFL e PRTB. “Não adiantam pressões, nossa coligação vai continuar unida em torno da minha candidatura porque essa é a vontade do povo.”


PREFEITA CAI NO SAMBA
No lançamento da campanha à reeleição da governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), roubou a cena. Durante os 40 minutos de caminhada, distribuiu sorrisos, arrancou aplausos e caiu no samba ao meio-dia, hora do comício, no centro da cidade.


Artigos

Em algum lugar do passado
Vladimir Calheiros

Quando este artigo estiver circulando, estarei terminando minhas curtas férias no Recife, na companhia da família - netas, filho, nora e mulher. Hoje em dia, alegro-me com as alegrias dos filhos e netas, entristeço-me com a tristeza deles. Meus sentimentos pessoais estão em segundo plano e, provavelmente, nesta encarnação, não voltam à tona.

As férias serão (foram) do hotel para a praia, da praia para o shopping.

Contatos com o meu passado no Recife, apenas com a minha irmã e família e com o Ivanildo Sampaio e família. Ele, diretor de Redação do Jornal do Commercio, foi editor regional à época em que eu dirigia a redação do jornal, nas décadas de 60 e 70.

Lidera, com todo os méritos, há mais de 15 anos, uma equipe jovem cujo trabalho reflete o mesmo entusiasmo que eu vivi no passado, ao lado de companheiros que já se foram e de alguns poucos que ainda estão em atividade.

Estão no Recife também alguns outros poucos amigos, alguns dos quais em posição de destaque. Mas prefiro não importuná-los. A primeira coisa que faço com um amigo que escala posições influentes é afastar-me. Para que não confundam as atenções com o amigo com reverências ao poder ou à fortuna.

Existem outros amigos, grandes amigos do passado, que se transformaram em praças, viadutos, ruas e avenidas.

Carlos Pena Filho, o grande poeta pernambucano, é agora salão nobre no hotel onde me hospedo habitualmente.

Trabalhamos juntos na redação do Jornal do Commercio, convivemos com o general Cordeiro de Farias, um cavalheiro ilustre e educado que foi governador de Pernambuco entre 1954 e 1953.

Leio e releio os versos de Pena. Ouso tentar decorar alguns, desafiando a fraqueza dos neurônios cansados de guerra: “Quando nada mais lhe interessar, nem o torpor do sono que se espalha, quando pelo desuso da navalha, a barba livremente caminhar, e até Deus, em silêncio te deixar, a suportar o mundo que te foi contraditório, lembra que afinal resta a vida, com, tudo que é insolvente e provisório, e que ainda tens uma saída, entrar no acaso e amar o transitório”.

Como seria bom se fosse possível passar férias no passado!

Eu madrugaria na Rua das Creoulas, nos Quatro Cantos, entre Derby e Espinheiro, subiria nos pés de jambo do Pará e voltaria para casa com um cesto cheio.

Pescaria no Capibaribe, alí nos fundos da Faculdade (antiga) de Medicina, no Derby.

Ou pegaria o ônibus, na Encruzilhada, para ir ao Colégio Padre Félix, ou o bonde, na Avenida Rui Barbosa, em frente ao Palácio do Bispo, para ir ao Colégio Americano Batista. Ou tomaria um chope gelado no Gambrinus, pela madrugada, em plena zona.

Um querido amigo meu que morreu há alguns anos, Moysés Kertsman, brincava muito
comigo porque eu fazia antigos itinerários, quando andava com ele pelas ruas do Recife.

Por exemplo para ir a Boa Viagem, passava pela Rua Imperial. Para ir do Centro do Recife para a Encruzilhada, seguia pela Visconde de Suassuna e pela João de Barros.

Para ir em direção a Olinda, seguia pela Avenida Cruz Cabugá.

Moisés não entendia, ou fingia não entender, que trafegando por ruas antigas e abandonando os trajetos modernos, eu procurava, de um certo modo, voltar ao passado.

Buscava a felicidade em algum lugar do passado.


Colunistas

PINGA FOGO - Inaldo Sampaio

Collor e Ciro
Ciro Gomes fica irado quando Serra o chama de “o novo Collor”. Questão de moral, à parte, os dois têm de fato algumas semelhanças: a mesma origem política (PDS), nordestinos, ex-deputados, ex-prefeitos da capital dos seus estados, ex-governadores, e candidatos à presidência da presidência na faixa dos 40 anos. Collor fez sua campanha por um pequeno partido (PRN) atacando Sarney, da mesma forma que Ciro Gomes, também integrante de um pequeno partido (PPS), ataca FHC.

E tem mais: Collor, logo no início de sua peregrinação pelo país, na qual se apresentava como “caçador de marajás”, não queria negócio com o PFL. Em seu comício de Garanhuns, em agosto de 89, chegou a proibir Inocêncio Oliveira de subir no seu palanque. Quando se elegeu presidente da República, com 35 milhões de votos, caiu na real: foi atrás do PFL para ajudar a governá-lo. Marco Maciel foi seu líder no Senado e Jorge Bornhausen, Alceni Guerra e Ricardo Fiúza seus ministros.

Logo no começo de sua campanha, Ciro também não queria conversa com o pessoal do PFL. Hoje, tem o apoio de ACM, Jorge Bornhausen, José Agripino e Roseana Sarney.

Poderia alegar que Collor de Mello não tinha Brizola do seu lado, como ele tem, mas o chefe do PDT foi um dos poucos políticos do país que se insurgiram contra o “impeachment”.

Briga de brancos
Dependendo do crescimento de Humberto Costa, o PT pernambucano, pela primeira vez em sua história, poderá enviar três representantes para a Câmara Federal. Estão na briga Pedro Eugênio, Maurício Rands, Fernando Ferro, Paulo Rubem Santiago, Ana Paula Pontes e Ceres Figueiredo. Para a Assembléia Legislativa, a expectativa do partido é eleger cinco parlamentares, podendo até mesmo fazer o 6º se a “onda vermelha” contaminar o eleitorado.

Chapa petista 1
Nunca, desde a sua fundação no final da década de setenta, o PT teve tantos candidatos competitivos à Assembléia Legislativa. Hoje, o partido têm apenas dois representantes no parlamento estadual, que são Paulo Rubem e Sérgio Leite, mas poderá eleger entre cinco e seis. Paulo Rubem é candidato a federal, agora, e a
prefeito de Jaboatão em 2004.

Chapa petista 2
Concorrem a um mandato de estadual pelo PT: Edvaldo Gomes (Sindicato dos Urbanitários), Isabel Cristina (vice-prefeita de Petrolina), Isaltino Nascimento (Sindicato dos Previdenciários), Roberto Leandro (Sindicato dos Bancários), Teresa Leitão (Sintepe), Luciana Azevedo, Ceça Albuquerque, Marcelo Santa Cruz e Vera Barone.

Novo secretário não quer briga com a Fiepe
Substituto de Cadoca na Secretaria de Indústria e Comércio, Fernando Jordão se relaciona com a Fiepe diferentemente do seu antecessor. Já esteve com o presidente Jorge Corte e foi ao almoço em homenagem a Armando Monteiro.

Dirigente da Ebape afasta-se da empresa
O presidente da Ebape, Charles Ribeiro, afastou-se do cargo temporariamente para chefiar o comitê de campanha de André de Paula (PFL). O presidente interino da empresa, Wellington Paes Barreto, é do mesmo time do deputado.

Frente dividida
Em Afogados da Ingazeira, a aliança governista está por um triz. É que a prefeita Giza Simões (PMDB) e seu marido, Orisvaldo Inácio, fecharam com Raul Henry (PMDB) para a Assembléia Legislativa, e se dizem sem “condições políticas” de apoiar a candidatura da vereadora Aline Mariano (PFL).

Previsão de bruxo
ACM não pára de ironizar os partidários de Serra por causa da subida de Ciro nas pesquisas. Disse ele: “A cada dia está vindo um pefelista para o nosso lado. No fim, virá todo mundo. Com o Serra, ficará apenas o Marco Maciel. E o César Maia vai perder feio no Rio de Janeiro para aprender a não fazer bobagem”.

O presidente do TRE, desembargador Antonio Camarotti, dá prosseguimento hoje e amanhã na Torre Malakoff ao esforço que o Tribunal vem realizando para familiarizar os eleitores pernambucanos com a urna eletrônica. Como se sabe, desta vez serão seis votos, o que implica 25 teclas para serem digitadas
incluindo o “confirma”.

Gesto não muito comum no mundo da política: o prefeito Tony Gel (PFL) inaugurou ontem em Caruaru uma escola pública iniciada por seu antecessor. Na placa comemorativa do evento, contudo, fez questão de que fosse afixado este lembrete: “Esta escola foi iniciada na gestão do ex-prefeito João Lyra Neto”.

O prefeito de Água Preta, Eduardo Coutinho (PSB), um dos poucos do interior que o Palácio das Princesas não conseguiu cooptar, lançou o filho mais velho, João Fernando, para a Assembléia Legislativa. O rapaz é neto do ex-deputado Joaquim Coutinho, tem 22 anos e é estudante de Administração de Empresa.

Somente agora é que Zé Múcio (PSDB) se deu conta de contrariar interesse de vereador em ano eleitoral é um mal negócio. Mandou uma carta à UVP dizendo que votará contra à emenda que tramita no Congresso acabando com remuneração de vereadores nos municípios com população inferior à 20 mil habs.


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07/20/2002


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