Lula: “Nunca, no Brasil, a esquerda teve tanta força









Lula: “Nunca, no Brasil, a esquerda teve tanta força
O petista diz que crescimento das esquerdas está relacionado com a corrupção ocorrida em vários países. Citou Brasil, Argentina, Peru e México.

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem em Porto Alegre que prevê o crescimento das esquerdas em toda a América Latina. "Há 15 anos vários setores da esquerda estavam na luta armada. Atualmente, eles participam da vida democrática dos países. Nunca, na história do Brasil, a esquerda teve tanta força como tem agora. Espero que, nos próximos anos, vários países da América Latina sejam governados pela esquerda", enfatizou.

Sobre os atos terroristas praticados contra os Estados Unidos, no dia 11 de setembro, Lula disse que "não existe ato terrorista que beneficie a esquerda". O presidenciável também criticou o governo norte-americano. "O governo deveria ter feito mais política. Talvez tivesse melhores resultados", ressaltou.

O presidente de honra do PT relacionou o crescimento das esquerdas com os episódios de corrupção pelos quais passou o país. Lembrou que, nos últimos dez anos, quatro presidentes de países da América Latina deixaram seus cargos por corrupção.


Chomsky: ou há mundo em paz ou não há mundo
O lingüista norte-americano, que fala hoje FSM, propõe a desobediência pacífica contra a globalização neoliberal

A desobediência pacífica é a saída para enfrentar a globalização neoliberal. A idéia foi defendida pelo lingüista americano Noam Chomsky, convidado para a principalconferência do 2º Fórum Social Mundial. O professor falou sobre os atentados de 11 de setembro, as possibilidades de uma globalização humanística e elogiou a política do governo federal em relação aos genéricos, sentado ao lado de Olívio Dutra. Chomsky abre hoje a conferência "Um mundo sem guerras é possível".

A luta de classes, segundo ele, passou a ser uma luta ideológica, "de roubo de tecnologia". "Querem uma globalização que favorece apenas as multinacionais". Para isso, conforme Chomsky, há um novo elemento nessa luta, que é a "exploração da crise", referindo-se à guerra contra o terror espalhada pelo mundo após os atentados de 11 de setembro. "Os eventos são explorados com a finalidade de que os poderosos possam impor ainda mais seus interesses, enquanto nós, do povo, teríamos de ser mais submissos", disse. Para ele, a sociedade pode escolher entre a submissão ou "descartar essa ordem (econômica) ridícula", afirmou. "Não sigam as ordens."

De acordo com o lingüista, o maior ganho desde o 1º FSM foi o protesto popular em Quebec, no Canadá, contra a reunião de cúpula que decidiria sobre a implantação da Alca. Ele disse que "aqueles que detêm o poder" queriam implementar a Área Livre em segredo, tanto que “a Alca não foi citada na plataforma de nenhum dos candidatos à presidência dos EUA”.

Chomsky pediu que sejam discutidas novas alternativas econômicas e condenou os tratados internacionais de propriedade intelectual “que tentam garantir que toda a produção de conhecimento tecnológico seja monopolizada”. Ele citou como exemplo a política de genéricos do Brasil contra o “protecionismo das indústrias farmacêuticas”.


40 mil marcham pela paz nas ruas da capital
Um dos organizadores do Fórum Mundial Social disse que a manifestação foi o momento mais representativo do evento

Cerca de 40 mil pessoas, segundo a Brigada Militar, participaram da Marcha pela Paz. A caminhada deu início às atividades do 2º Fórum Social Mundial, ontem. A concentração começou às 16h30 min no Largo Glênio Peres, no Centro de Porto Alegre. De lá, centenas de representantes de entidades nacionais e estrangeiras, autoridades, populares e curiosos em geral caminharam os cerca de dois quilômetros até o Anfiteatro Pôr-do-Sol, pela avenida Borges de Medeiros até dobrar na Ipiranga, próximo ao Guaíba.

“A marcha é o maior movimento de massa de todo o evento", afirmou o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile. O atual prefeito de Santo André, João Avamileno, também ter sido surpreendido pela quantidade de pessoas.

Na comissão de frente, estavam o governador Olívio Dutra, sorridente e de chapéu, e seu vice, Miguel Rossetto, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, e o presidente de honra do PT, Luís Inácio Lula da Silva. Para Tarso, aquela era uma "demonstração de maturidade política e unidade" que deixava a cidade honrada. Ao chegar ao Anfiteatro, Rossetto, suado e com um copo de água na mão, apenas exclamava “Que lindo!” “A caminhada reuniu lideranças, intelectuais e camponeses no evento político mais importante no momento”, disse o vice-governador.


Virose adia encontro de Roseana e Pelé
A governadora do Maranhão perde sua maior arma eleitoral: os programas na TV. Mas seus marqueteiros já inventam novas estratégias para vender a sua estrela.

Em mais uma jogada de marketing para alavancar sua pré-candidatura à Presidência da República, a governadora Roseana Sarney (PFL) pretende encontrar-se com o ex-jogador de futebol Pelé. O encontro estava previsto para tarde de ontem no Masp, em São Paulo. Uma virose fez a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), cancelar a viagem.

O problema de saúde atingiu Roseana, seu marido, Jorge Murad, sua filha e sua neta e obrigou a governadora a cancelar também todos os compromissos que teria hoje após o encontro com o senador Renan Calheiros.

Entre os compromissos adiados, estava o encontro com o astronauta "Buzz" Aldrin (segundo homem a pisar na Lua), e com o produtor John Cameron (irmão do cineastra James Cameron). Os dois estão produzindo um filme sobre a chegada do homem à Lua que pode ter uma parte rodada na base aeroespacial de Alcântra.


Mais de 400 mil estarão na Festa de Navegantes
O trânsito será alterado para que os fiéis acompanhem o traslado da imagem de Nossa Senhora, do Centro até o santuário na Zona Norte da capital. A procissão tem início às 8h

Cerca de 400 mil pessoas devem participar da 127ª festa de Nossa Senhora dos Navegantes, amanhã, em Porto Alegre. A procissão parte às 8h do Centro, após a missa, que começa às 7h na Igreja do Rosário, até o santuário Navegantes, na Zona Norte da capital, onde será celebrada uma missa pelo arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, às 10h30min.

Por causa do feriado e da procissão, haverá algumas alterações em determinados setores na capital. O comércio não abrirá neste final de semana, somente as praças de alimentação e cinemas estarão funcionando. Amanhã, também será dia de passe livre. A frota de ônibus circulará com 805 veículos.


Tribos de todas as cores pedem um mundo melhor
Delegados que vieram de 60 países não se conformam com uma sociedade que transmite só os valores consumistas

A marcha de ontem foi de gente como a uruguaia Fabiana Dias, a economista húngara Ada Àmon, a engenheira carioca Sônia da Costa Rodrigues e de outros milhares de homens e mulheres que acreditam na bandeira de um mundo melhor.

Jovens carregavam uma bandeira do Brasil e cantavam os versos “Sou brasileira com muito orgulho”. Entre eles, a estudante de serviço social Gláucia Lima, 20 anos, de Cuiabá. “Seguro essa bandeira porque acredito num Brasil melhor, com igualdade”.

Franceses levavam a faixa da Federação Internacional de Ligas dos Direitos Humanos. A secretária-geral da ONG, Anne Christine Habbard, disse que a realização do Fórum é reflexo de um movimento cada vez mais representativo. “É inaceitável que instituições como o FMI decidam pelas pessoas.”


Editorial

CÓDIGO AMPLO E INÓCUO

Poucos países têm um Código Penal tão severo e amplo quanto o Brasil. Existe lei para tudo: crimes hediondos, tortura, meio ambiente, lavagem de dinheiro, interceptação de comunicação telefônica, furto e roubo de automóvel, receptação, remoção de órgãos, tráfico de crianças, porte de arma, tóxicos, trânsito, defesa do consumidor e muito mais. Colocar um vaso de flores na sacada do apartamento, por exemplo, é contravenção penal. Crimes graves, como homicídio qualificado, seqüestro para fins de extorsão e latrocínio são considerados hediondos, com severas conseqüências penais.

Por que, então, com essa legislação tão abrangente, o aumento da criminalidade tem sido assustador? A resposta é tão simples quanto constrangedora: o sistema criminal não funciona, da polícia até a execução da pena.

O país precisa de um pacto entre os governos federal, estaduais e municipais, para tratar a questão da violência com a profundidade que a sociedade exige. É indispensável colocar policiamento na rua e aparelhar a Justiça Criminal. É deprimente deparar, freqüenternente, com notícias de delegacias de polícia que sequer têm combustível para ir atrás dos criminosos. Não adianta, também, propor uma reforma no Código Penal, se as cadeias são insuficientes e inseguras. Todas as medidas que tiverem de ser tomadas para melhorar as condições de segurança da população só terão efeito se forem acompanhadas de ações na área social. Uma política de geração de empregos, de possibilidade de educação, saúde e lazer necessariamente deve acompanhar as medidas na área da segurança pública. O combate à violência tem de ser estrutural, caso contrário estará destinado ao fracasso.


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02/01/2002


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