Lula pede ao Congresso consciência na votação das reformas



Um apelo à consciência de deputados e senadores para a votação das reformas tributária e da Previdência foi o tom do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a entrega do texto das alterações constitucionais no Plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (30). O presidente começou o pronunciamento citando todos os 27 governadores e frisando que a responsabilidade sobre o texto que chega ao Legislativo deve ser compartilhada. E que agora, com o início da tramitação das propostas de emenda à Constituição pela Câmara dos Deputados, os parlamentares também deverão assumi-la.

- A proposta não é apenas do governo federal, é dos governadores e, quando chegam ao Congresso Nacional, os senhores e senhoras [parlamentares] são os donos. A vocês cabe criar os espaços para a sociedade dizer o que pensa das reformas. A única coisa que peço é que o voto seja um voto de consciência, daqueles que acreditam que o Brasil precisa das reformas - disse Lula.

Lula garantiu que jamais culpará o Congresso por qualquer fracasso de seu governo. E mesmo salientando que o Legislativo, -por ser autônomo-, tem o tempo que quiser para votar as reformas, pediu que a aprovação das mudanças constitucionais aconteçam ainda este ano.

- O ano que vem é eleitoral [eleições municipais] e já vejo aqui muitos candidatos. Se não votarmos este ano, sabemos que tudo ficará muito mais difícil - advertiu.

O presidente disse que somente as reformas farão o Brasil passar da condição de país emergente para a de nação desenvolvida.

- Podem [os parlamentares] falar mal do governo. Isso faz parte do jogo democrático. O que não vale é prejudicar 170 milhões por conta de uma próxima eleição. Temos que ter a consciência de que a sorte está lançada. Só esperamos que cumpramos os nossos compromissos e o Brasil estará melhor - afirmou o presidente.

Outras reformas

Lula aproveitou o discurso diante de um Plenário lotado de parlamentares e na presença dos 27 governadores para anunciar o envio de outras reformas ao Congresso.

- Logo, logo estaremos discutindo a reforma agrária, a reforma da estrutura sindical, da legislação trabalhista, e o governo não se negará a mandá-las. Todos nós, pelo menos alguma vez, já fizemos críticas ao Congresso, mas sem essa Casa não existiria democracia - afirmou o presidente.



30/04/2003

Agência Senado


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