MACHADO DEFENDE POLÍTICA DE FHC DE REPRESSÃO ÀS INVASÕES



O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), defendeu as medidas de repressão às invasões de prédios públicos, anunciadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Para ele, nenhuma democracia pode aceitar invasão de patrimônio público que, por definição, não pertence ao governo, mas a toda a população.
Machado lembrou que o regime democrático se baseia na liberdade para todos, ou seja, a liberdade de que uns não pode trazer constrangimento para outros e é isso que o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra vem fazendo ao invadir prédios públicos e fazendas. As reivindicações do MST são justas mas precisam ser feitas dentro da lei e do respeito às autoridades constituídas, enfatizou.
Segundo Machado, o governo está comprometido com o Programa de Reforma Agrária mas é inútil se passar de uma situação de latifúndio improdutivo para uma de minifúndio improdutivo, disse. Ele explicou que, muitas vezes, o trabalhador recebe um pedaço de terra, mas não consegue viver dela. Ele vende a terra e volta a engrossar o Movimento dos Sem Terra para obter nova propriedade. Esse sistema não serve ao país, a terra precisa gerar riqueza e dar sustento a quem a trabalha, observou.
O líder do PSDB observou que o Brasil precisa superar a visão patrimonial que serve de lastro ao sistema de propriedades rurais no país até os dias de hoje. "O importante não é ter a terra, mas usar a terra, da mesma forma que o relevante não é possuir a água, mas ter o direito de usá-la, na medida de suas necessidades", ponderou Sérgio Machado.
Ele conclamou a senadora Heloisa Helena (PT-AL), que havia criticado as medidas adotadas pelo presidente Fernando Henrique em discurso anterior, a trabalhar em conjunto com as demais forças políticas do Congresso por uma reforma agrária ampla e responsável, que obtenha resultados concretos a curto e longo prazos. "Pensamos diferente, mas podemos trabalhar juntos", concluiu o líder do PSDB.

05/05/2000

Agência Senado


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