Maciel propõe inscrição do nome de Frei Caneca no Livro dos Heróis da Pátria
O nome de Frei Caneca, líder do movimento republicano Confederação do Equador, em 1824, será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia Tancredo Neves, em Brasília, se o Congresso aprovar projeto de lei apresentado no último dia 22 pelo senador Marco Maciel (PFL-PE).
Para o senador, a memória de Frei Caneca merece ser imortalizada no livro, ao lado do nome de D. Pedro I, "sob as ordens de quem foi submetido à pena capital em 13 de janeiro de 1825, por sua participação no movimento político, conhecido por Confederação do Equador, cujos ideais encontram-se consagrados na História do Brasil e de Pernambuco".
Segundo Marco Maciel, a justaposição dos nomes no Livro dos Heróis da Pátria seria, ao mesmo tempo, uma reparação ao líder pernambucano e o reconhecimento do Congresso Nacional a um verdadeiro herói.
- Seria também - acrescentou - um reforço ao reconhecimento de que a forma republicana de governo, sob cuja denominação o Estado brasileiro juridicamente se auto-define, soberanamente, desde os atos de 1891, é a forma consagrada e duradoura sob a qual o Brasil se estrutura institucionalmente e da qual esta Casa é também guardiã. Materializa o generalizado sentimento do quão antecipatórios foram os ideais que ajudaram a formar o país de nossos dias. Seria, igualmente, uma iniciativa pedagógica, exibindo a evolução dos ideais políticos na direção da democracia.
Para Marco Maciel, ninguém foi mais republicano do que Frei Caneca, que morreu "como verdadeiro mártir".
- Não estamos fabricando heróis, mas reconhecendo a condição de herói a uma pessoa que colocou seus ideais acima de tudo, inclusive a própria vida no caso de Caneca.
O senador disse que o Congresso Nacional e o Brasil devem às atuais gerações de brasileiros e à posterioridade a merecida homenagem a Frei Caneca, colocando seu nome no Livro dos Heróis da Pátria, ao lado de outros já reverenciados, porque "preenche as condições consensuais sobre quem faz jus ao privilégio".
26/10/2004
Agência Senado
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