Maciel quer incluir Frei Caneca no Livro dos Heróis da Pátria



Tramita na Comissão de Educação, onde poderá ser examinado antes do final deste ano, projeto do senador Marco Maciel (PFL-PE) que inclui o nome de Frei Caneca (padre Joaquim do Amor Divino) no Livro dos Heróis da Pátria, que fica guardado no Panteão da Liberdade e da Democracia Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

"A memória de Frei Caneca merece ser imortalizada no Livro dos Heróis da Pátria, ao lado do nome de D. Pedro I, sob as ordens de quem foi submetido à pena capital em 13 de janeiro de 1825, por sua participação no movimento político, conhecido por Confederação do Equador", afirma o senador.

"Já republicano convicto", conforme Maciel, Frei Caneca participou da Revolução Pernambucana, em 1817. A Confederação do Equador, acrescenta, foi um movimento iniciado no final de novembro de 1823, quando chegou a Pernambuco a notícia da dissolução da Assembléia Constituinte por dom Pedro I, no Rio de Janeiro. O movimento cresceu quando dom Pedro outorgou a Constituição do Império em março de 1824 sem convocar eleições par uma nova Constituinte.

Encampando a posição das elites pernambucanas, que contestam a legitimidade dessa Carta e têm a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará, o carmelita frei Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca defende a autonomia das províncias diante do governo, através do jornal Typhis Pernambucano, criado por ele. A reação do governo imperial consiste em cercar o Recife, derrotando os rebeldes que fogem para o interior. No início de 1825, os principais chefes são julgados e condenados à prisão, como Cipriano Barata, ou executados, como Frei Caneca.

Para Marco Maciel, a inscrição do nome do frei no Livro dos Heróis da Pátria seria, ao mesmo tempo, uma reparação ao líder pernambucano e o reconhecimento do Congresso Nacional a um verdadeiro herói.

"Seria, também, um reforço ao reconhecimento de que a forma republicana de governo, cuja denominação o Estado brasileiro juridicamente se autodefine, soberanamente, desde os atos de 1891, é a forma consagrada e duradoura sob a qual o Brasil se estrutura institucionalmente e da qual esta Casa é também guardiã", argumenta ele na proposta.



11/11/2004

Agência Senado


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