Magno Malta diz que entrega requerimento da CPI nesta quinta



O senador Magno Malta (PL-ES) anunciou no início da noite desta quarta-feira (3) que amanhã pela manhã apresentará à Mesa do Senado requerimento de sua autoria propondo a criação e a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar crimes e atos de contravenção ligados ao negócio dos bingos. Magno Malta informou que o requerimento recebeu a assinatura de 32 senadores - o senador Tião Viana (PT-AC) retirou seu apoio.

- Amanhã termina essa novela - disse o senador capixaba, referindo-se ao processo de coleta de assinaturas, especulações em torno da retirada de apoios e conversas que ele tem mantido com os líderes da base governista.

Magno Malta explicou não ter apresentado o requerimento até agora em respeito ao pedido dos líderes, que queriam expressar seus pontos de vista sobre a conveniência da apresentação do requerimento. Como um integrante da base do governo, o senador do PL disse ter ouvido as ponderações dos seus colegas, mas argumentou que tem suas próprias opiniões sobre o assunto.

- O governo em sua mensagem ao Congresso deixou claro que legalizaria os bingos. Depois baixou medida provisória para proibi-los, em um sinal claro de que reconhece a existência de crime e contravenção - afirmou.

Quanto à anunciada desistências de alguns senadores, Magno Malta disse que os que assinaram seu requerimento sabiam o que estavam fazendo. O senador adiantou que não vai assinar o requerimento de CPI formulado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), por entender que uma comissão parlamentar de inquérito deve trabalhar com um objeto definido de investigação. A proposta por Antero estaria se fixando em um nome (Waldomiro Diniz, ex-assessor parlamentar da Presidência da República), e não em um fato.

Comentando a denúncia de que o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, sabia das ações ilegais do ex-assessor, o senador disse ter "toda a confiança" em Dirceu. Este teria levado "uma bola nas costas", alusão a supostas ações negativas de Waldomiro sem o conhecimento de Dirceu. De qualquer forma, Magno Malta disse acreditar que "o salvo conduto do crime é a autoridade".

Magno Malta também falou sobre o assassinato em Cuiabá do primo do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Disse estar torcendo para que não haja ligação entre o crime e a atuação de Antero, mas observou que está igualmente recebendo "recados" do crime organizado desde que foi presidente da CPI do Narcotráfico na Câmara dos Deputados.



03/03/2004

Agência Senado


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