MAGUITO DEFENDE NEGOCIAÇÃO ENTRE GOVERNO E AGRICULTORES



O governo federal deve conversar com os agricultores e chegar a um acordo sobre a renegociação das dívidas do setor, sob pena de pagar um preço amargo no próximo ano, tanto social quanto economicamente. Essa é a opinião do senador Maguito Vilela (PMDB-GO) sobre a renegociação das dívidas dos produtores rurais.
Um projeto que previa essa renegociação foi rejeitado na semana passada pela Câmara dos Deputados com 228 votos contrários e 205 favoráveis, números que, segundo Maguito, mostram o quanto a questão é polêmica. Para o senador, a derrota da proposta ruralista se deu em função da pressão violenta do governo federal sobre os deputados.
- O governo federal tem grande responsabilidade nesta questão e precisa agir imediatamente, enquanto há tempo de salvar a próxima safra. Se acha exagerada a proposta dos agricultores, que pelo menos os chame para o debate com um projeto menos tímido do que o já apresentado - disse.
O senador concorda que a negociação não pode ser linear, "principalmente em relação aos grandes devedores", mas defende um avanço maior em relação aos pequenos e médios produtores. Na opinião do senador, na maioria absoluta dos casos a culpa do grande endividamento é do próprio governo que "sustentou uma política agrícola onde os juros comiam os rendimentos da classe".
Maguito afirmou que a maior parte dos agricultores já não tem mais condições de arcar com a carga de juros, "estão praticamente quebrados e ameaçam não plantar neste ano". Para o senador, uma quebra no plantio iria elevar o desemprego a patamares ainda mais alarmantes.
- O resultado da votação na Câmara nos deixa preocupados, pois representa um golpe e um desestímulo a essa classe de produtores que tem conseguido manter os índices de produção, diminuindo os efeitos nefastos da recessão e do desemprego. Não é demais lembrar que o setor agrícola foi o único que apresentou crescimento no primeiro semestre, funcionando como uma âncora que tem segurado os capengas índices econômicos brasileiros.

24/09/1999

Agência Senado


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