Maguito diz que setores da oposição querem desestabilizar o governo
O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) disse nesta quinta-feira (1°) que setores da oposição querem desestabilizar o governo e o presidente da República. Ele também anunciou o encaminhamento de ofício ao procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, pedindo esclarecimentos sobre a data em que a fita de vídeo, que revelou o pedido de propina do ex-assessor Waldomiro Diniz ao empresário Carlos Augusto Ramos, foi encaminhada ao Ministério Público pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
- Preocupa-me a postura, no mínimo afoita, adotada por membros da oposição. O teor de algumas declarações demonstram não o interesse em investigar os fatos, mas em desestabilizar o governo. Esses setores da oposição querem porque querem ligar o caso Waldomiro ao ministro José Dirceu. Atiram no Waldomiro para tentar atingir Dirceu. Tentam a todo custo acertar em Dirceu para atingir o presidente Lula - afirmou.
Maguito concordou com o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, quando afirmou que a reunião do subprocurador José Roberto Santoro com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, "cheira a conspiração, cheira a golpismo". Para o senador, não existe dúvida de que a postura do subprocurador foi ilegal. Ele observou, no entanto, que "um escândalo não pode servir para tapar o outro" e defendeu a continuidade da investigação do caso Waldomiro pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
No ofício encaminhado à Procuradoria Geral da União, Maguito diz ser necessário esclarecer se o subprocurador Santoro já tinha ou não conhecimento da fita de vídeo com a conversa entre Waldomiro e Cachoeira. Esclarecido este ponto, o senador quer saber a quem a fita foi encaminhada e qual foi sua destinação. Ele observou que, no depoimento de Carlinhos Cachoeira, gravado na madrugada do dia 8 de fevereiro, o subprocurador Santoro "deixa entender" que não tinha conhecimento da fita de vídeo.
Respondendo a pronunciamento do senador Antero Paes de Barros, feito na quarta-feira (31), Maguito disse que coloca à disposição os seus sigilos telefônico, bancário e fiscal, além de todo o patrimônio pessoal e da família.
- Se encontrar qualquer indício de corrupção na minha vida pública, eu renuncio ao meu mandato aqui desta tribuna - prometeu.
O senador José Jorge (PFL-PE) disse que não tem nenhum interesse em desestabilizar o governo e que até sugeriu à Executiva do PFL que, em vez do slogan do PT: "Fora FHC", utilize o slogan "Governa Lula", porque a oposição quer mesmo é que o presidente Lula comece a governar. José Jorge também defendeu a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o caso Waldomiro.
- Nós não trazemos ninguém de madrugada, é tudo feito de dia, aberto e transmitido ao vivo pela TV Senado - disse José Jorge, que conclamou Maguito a assinar o requerimento de instalação da CPI.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse ter ficado "profundamente chocada" com as fitas divulgadas pela imprensa, frisando que "tudo deve ser apurado, punido e responsabilizado". Ela disse ainda que a ação de um ou outro procurador não faz com que pairem dúvidas sobre a lisura e o comportamento ético do Ministério Público.
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) lembrou que, há cerca de três anos, um procurador também gravou conversa com um parlamentar e a oposição à época absolveu essa atitude.
- Hoje, temos a mesma reclamação com atores trocados. O governo está como o sujeito que jogou um cesto de pedra para cima e esqueceu de sair de baixo - comparou.
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que o governo agiu com sabedoria ao não atender ao anseio de Maguito por um ministério.
- Se tivesse atendido, o governo não teria Vossa Excelência aqui para defendê-lo - disse Virgílio.
01/04/2004
Agência Senado
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