Governo e oposição já descartam relatório paralelo e querem documento final da CPI



Parlamentares da base do governo e da oposição passaram a descartar a possibilidade da apresentação de um relatório paralelo à CPI dos Correios, depois de uma reunião do presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MT) com líderes partidários e de bancadas na manhã desta quarta-feira (29). A idéia agora é tentar mudar o relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) através de emendas supressivas e aditivas, a partir de terça-feira (4), quando o texto entrará em discussão e votação.

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- O clima de nuvens pesadas mudou hoje [quarta-feira] pela manhã. Todos concordaram que a CPI deve ter relatório, que não se deve terminar a investigação sem um relatório final. A sociedade não quer isso. Vamos agora negociar, sem acirrar os ânimos - afirmou Delcídio Amaral (PT-MS).

Para o relator-adjunto da CPI, deputado Maurício Rands (PT-PE), "quem agora jogar contra a aprovação do relatório estará jogando pela impunidade". Já o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) sustentou, ainda durante a leitura do relatório de Serraglio, que governo e oposição "devem dialogar" antes da apresentação de qualquer emenda.

- O que é consenso? Vamos sentar e chegar a um acordo sobre os consensos e eles não serão objeto de mudanças - propôs ACM Neto.

O parlamentar entende que o deputado Osmar Serraglio "foi cuidadoso" ao tratar da citação do presidente Lula no seu relatório.

- Ele chegou ao que era possível e razoável. A CPI não investigou exaustivamente a participação do presidente Lula no episódio do mensalão. O relator foi cuidadoso para não ser acusado de politizar seu trabalho - opinou o deputado.

No geral, deputados e senadores foram cautelosos sobre o que pretendem modificar, por emendas, o relatório de Serraglio. Só os senadores Alvaro Dias(PSDB-PR) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT) informaram que defenderão, em reunião do PSDB, a apresentação de uma emenda para responsabilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo mensalão. Para eles, Lula foi alertado do pagamento a deputados, "mas o pagamento continuou", conforme Antero de Barros.

- O presidente foi omisso, e omissão é crime. Portanto, o presidente da República tem de ser citado no relatório final com veemência -defendeu o senador pelo Mato Grosso.

Alvaro Dias disse concordar com a decisão do relator de não citar o nome do filho do presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, proprietário da empresa Gamecorp, que recebeu uma injeção de capital de quase R$ 5 milhões de Telemar.

- Sou contra, porque o caso não foi investigado pela CPI - afirmou o senador.



29/03/2006

Agência Senado


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