Maguito não aceita mudanças na Lei Pelé

O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) vai encontrar-se nesta quinta-feira (dia 1) com o ministro dos Esportes, Carlos Melles, e pretende dizer-lhe que é contra o adiamento do fim do passe, ao contrário do que querem os clubes e a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Chama-se "passe" o direito de propriedade dos clubes sobre jogadores de futebol, e a legislação em vigor prevê o fim desse direito a partir de março.

Maguito Vilela foi o relator da Medida Provisória editada durante a gestão do deputado federal Raphael Greca (PFL-PR) no Ministério dos Esportes. Essa MP modificou a Lei Pelé e adiou por um ano o fim do passe - a extinção era para ter ocorrido no ano passado. "Querem mudar a lei e adiar o fim do passe, um instrumento escravagista, apenas por causa de um único caso, o que envolve o Grêmio de Porto Alegre e o jogador Ronaldinho Gaúcho", disse o senador.

O ministro Carlos Melles quer conversar com Maguito porque tem sido pressionado pelos clubes a adiar mais uma vez o fim do passe. Maguito Vilela também discorda do que tem dito o ex-ministro dos Esportes Edison Arantes do Nascimento, o Pelé, que aponta as mudanças relatadas por Maguito como responsáveis pela fuga dos investidores no futebol e a falência dos clubes:

- Não é verdade. Apenas cuidamos de impedir que uma única empresa comprasse um clube de futebol tradicional ou controlasse ao mesmo tempo o departamento de futebol de mais de um clube. Eu tinha informações de que os quatro maiores bancos do mundo iriam comprar todos os grandes clubes de futebol do Brasil, o que caracterizaria um monopólio insuportável - disse o senador.

31/01/2001

Agência Senado

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