Malan e Fraga vêm à CAE explicar crise financeira
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, comparecem, ao final da manhã desta terça-feira (25), à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para explicar o quadro de inquietações vivido atualmente pelo mercado financeiro no Brasil: alta do dólar, queda das bolsas e dificuldades de financiamento da dívida pública em prazos mais longos.
Ao temor de que o Brasil estaria seguindo os passos da Argentina, o ministro da Fazenda tem argumentado, em suas últimas declarações à imprensa, que o Brasil não vive uma situação econômica de caos.
Segundo Malan, há grandes diferenças estruturais entre as economias argentina e brasileira. Destaca-se aí, conforme o ministro, o fato de 15 províncias argentinas contribuírem para a emissão de moeda, o que dificulta em muito a administração da política monetária. Lá, o conjunto de regras que rege a relação entre o governo federal e as províncias, a seu ver, precisa ser revisto, como ocorreu no Brasil, onde os estados não têm mais poder de emissão, papel reservado exclusivamente ao Banco Central.
Malan assinala que o Brasil viveu, nos últimos seis anos, um processo de liquidações, intervenções, fusões e aquisições no sistema bancário, que hoje está sólido. Já na Argentina, explica ele, há uma crise bancária ainda não resolvida. Em que pese a situação argentina ser difícil, Malan acha que aquele país acabará saindo da crise, em razão do seu notável volume de recursos naturais, humanos e técnicos. A solução, diante do nível a que a crise chegou, não será rápida, mas virá, opina Malan, que advoga um maior envolvimento internacional no caso argentino.
O ministro da Fazenda também acha natural que o atual governo tenha de lidar com expectativas crescentes geradas a partir do clima de campanha eleitoral. Para ele, o atual período de turbulência, como o que já foi experimentado em outras ocasiões, será superado com tranqüilidade, a partir de decisões firmes a serem adotadas pelo Banco Central. A economia brasileira é sólida, assegura o ministro, e o governo tem os instrumentos necessários e vai utilizá-los para enfrentar a presente situação.
Conforme o noticiário dos últimos dias, em suas exposições no Senado, Malan e Armínio vão tentar deixar clara a estratégia que o governo vem adotando com relação aos fundos de investimento e à reestruturação da dívida pública mobiliária.
O comparecimento das autoridades econômicas à CAE foi sugerido em requerimentos apresentados à comissão pelo líder do governo, Romero Jucá (PSDB-RR), e pelo líder da Oposição, Eduardo Suplicy (PT-SP).
24/06/2002
Agência Senado
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