MALDANER APELA PARA QUE O EXECUTIVO RESPEITE O NOVO ORÇAMENTO DA UNIÃO



Ao reconhecer que o quadro atual é de "dúvida e incredulidade" no que se refere à economia e aos destinos da sociedade brasileira, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) fez nesta sexta-feira (dia 22) um apelo para que o Executivo "respeite o orçamento que a Comissão Mista aprovar para este ano". Ele entende que este poderá ser o primeiro passo para que a "credibilidade do governo seja restaurada".Conforme o senador, o Congresso está propiciando ao Executivo tudo que este lhe tem solicitado. "Estamos fornecendo todos os instrumentos que o governo precisa, inclusive avalizando uma série de medidas impopulares que violentam a nossa consciência, por dever cívico, neste momento de total incerteza com os rumos do país." Casildo Maldaner acrescentou que a aprovação da CPMF e do projeto que cria a contribuição previdenciária para os servidores públicos inativos e aumenta a alíquota da contribuição dos ativos para até 25% "são as últimas gotas de sangue que podemos dar". Depois disso, "não dá mais, e se o governo não conseguir equacionar soluções eficazes para resolver os problemas nacionais, " é melhor pegar o boné e ir embora", disse ele .CORTESO senador ressaltou que o orçamento para este ano sofreu um corte de R$ 8,7 bilhões em dezembro em relação à proposta original enviada ao Congresso. Em conseqüência desse corte, Maldaner lembrou que o Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pelas pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias, receberá R$ 70 milhões para investimento.Já o Ministério do Trabalho, segundo Maldaner, que tem, entre outras, a missão de gerar empregos, dispõe de apenas R$ 54 milhões para investimentos. O senador lamentou que a destinação de R$ 432 milhões para a recuperação de centenas de quilômetros de rodovias, na proposta original, tenha sido reduzida para R$ 171 milhões. Ele acrescentou que também a cultura brasileira, que vem sendo reconhecida internacionalmente, com a conquista de prêmios, "certamente sofrerá com os míseros R$ 34 milhões destinados ao Ministério da Cultura". Por isso, Maldaner cobrou do governo uma resposta positiva à população, "em contrapartida a todos esses esforços despendidos em favor de uma política econômica que só tem exigido sacrifício da nossa sociedade".O senador Lauro Campos (PT-DF) solidarizou-se com o orador, parabenizou os integrantes da Comissão Mista de Orçamento pela realização de um trabalho "que na véspera atravessou a madrugada, sem a cobertura da mídia", e afirmou que estava na hora de dizer "basta", como fizera Maldaner.- No Executivo eles perderam a noção disso, mas aqui no Legislativo estamos dando mostras de que há quem saiba que essa situação precisa ter um limite - afirmou Lauro Campos.

22/01/1999

Agência Senado


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