Manifestação no Congresso defende aprovação de proposta destinada a coibir o trabalho escravo



Acontecerá nesta quarta-feira (12), no Congresso Nacional, ato pela aprovação da proposta de emenda à Constituição que dispõe sobre a desapropriação de propriedades rurais onde for comprovada a prática de trabalho análogo ao de escravo (PEC 438/01). A manifestação reunirá lideranças políticas e sindicais, bem como representantes de movimentos sociais e de entidades da sociedade civil. Cerca de mil pessoas de vários estados são esperadas para o evento, que deve contar ainda com a presença dos presidentes do Senado, Garibaldi Alves, e da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia.

Segundo a assessoria do presidente da Subcomissão Temporária de Combate ao Trabalho Escravo, senador José Nery (PSOL-PA), a manifestação terá início com reunião dos líderes partidários e parlamentares no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, a partir das 10h. Logo depois, o Congresso Nacional será abraçado pelos participantes do evento.

A PEC 438/01, uma iniciativa do então senador Ademir Andrade, propõe alterar o artigo 243 da Constituição, que trata do confisco de propriedades nas quais for encontrado cultivo de plantas psicotrópicas ilegais. A proposta determina que também as terras onde haja trabalho análogo ao de escravo sejam desapropriadas e destinadas a assentamento de famílias, como parte do programa de reforma agrária.

O texto da PEC já foi aprovado em dois turnos pelo Senado. Na Câmara, teve aprovação em primeiro turno e aguarda, desde 2004, a votação em segundo turno. Como o texto recebeu alteração por emenda da bancada ruralista da Câmara, a PEC, depois de aprovada naquela Casa, deverá voltar para o Senado.

O Ministério do Trabalho e Emprego criou, em 1995, o Grupo Móvel de Fiscalização para apurar denúncias de trabalho escravo. Segundo a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), o grupo já libertou cerca de 28 mil pessoas que trabalhavam em condições similares à de escravo. A proposta de Ademir Andrade começou a receber apoio mais intenso a partir do assassinato de três auditores fiscais e de um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, em janeiro de 2004, numa emboscada em Unaí (MG).

O ato desta quarta-feira é organizado pelo Movimento Nacional pela Aprovação da PEC 438 e pela Erradicação do Trabalho Escravo. Diversas entidades apóiam a manifestação, entre elas a Subcomissão Temporária de Combate ao Trabalho Escravo do Senado; a Subcomissão de Combate ao Trabalho Escravo, Degradante e Trabalho Infantil da Câmara; a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; a Anamatra; a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).



10/03/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


José Nery participa de manifestação pedindo aprovação da PEC do trabalho escravo

Manifestantes pedem aprovação de PEC contra trabalho escravo pelo Congresso

Paim comemora aprovação da PEC do trabalho escravo

Acordo permite aprovação da PEC do Trabalho Escravo na CCJ

Paulo Paim pede aprovação da PEC do Trabalho Escravo

José Nery pede aprovação da PEC do Trabalho Escravo