Manifestações não devem prejudicar turismo na Copa, diz Rebelo




Europa teve eventos mais graves, disse Aldo Rebelo (E)

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Em audiência pública no Senado, o ministro do esporte, Aldo Rebelo, afirmou, nesta terça-feira (13), que as manifestações populares não devem afetar o turismo no país durante a Copa do Mundo de 2014. A audiência foi realizada pela Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, presidida pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR).

Questionado por Souza se os protestos poderiam atrapalhar o turismo no país durante o evento, o ministro negou e tomou como exemplo a Copa das Confederações, considerada bem sucedida apesar das manifestações populares. Rebelo também comparou o Brasil com outros países, onde houve situações piores que não afetaram o turismo.

– Nós tivemos eventos muito mais graves na Europa, alcançando cidades que são destinos turísticos consagrados, como Londres, Paris, Milão, que foram cidades que receberam atentados com vítimas fatais. Mesmo assim essas cidades não sofreram a perda de destino turístico – afirmou.

As manifestações, iniciadas em junho deste ano, tiveram como um dos motivos os gastos do governo com a Copa das Confederações e com a Copa do Mundo em detrimento de outras áreas importantes, como saúde, educação e transporte público. Na audiência, o ministro enfatizou, no entanto, que não há gastos diretos do orçamento com os estádios, mas recursos indiretos, como renúncia fiscal do governo e empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).

– Não há dinheiro do orçamento federal para a construção dos estádios. Há recursos indiretos como o da renúncia tributária, renúncia que o governo resolve aplicar levando em conta o interesse público, a geração de empregos, geração de renda – disse.

Aldo Rebelo disse ainda que obras consideradas como “elefantes brancos”, como o caso dos estádios de Brasília e de Natal, atualmente podem ser consideradas como elefantes de ouro, porque estão com boas perspectivas de lucro.

– Aqui mesmo em Brasília, um jornais da cidade já indica que o elefante branco, na verdade, é um elefante de ouro, porque permite à cidade não apenas a realização de jogos de futebol, mas também de outros grandes eventos, espetáculos, que não seriam possíveis em Brasília sem a presença desse estádio – afirmou.

O ministro chamou de desinformados os jornalistas que criticaram o estádio do Rio Grande do Norte. Ele disse que o espaço da arena que será aberto para o comércio já está sendo negociado pelo melhor preço de Natal.

– A imprensa, ou uma parte da imprensa desinformada do Sul e do Sudeste, que conhece mais Miami do que o Nordeste do Brasil, chama de elefante branco a arena do Rio Grande do Norte sem nunca ter ido ao estado – criticou.

O ministro ressaltou ainda que os gastos públicos feitos até o momento são em infraestrutura de mobilidade urbana, que deveriam ser realizados com ou sem Copa, sendo que o fato de o Brasil sediar o evento está antecipando esses gastos necessários para a melhoria das cidades.

O evento, segundo o Rebelo, tem o potencial de gerar 3,6 milhões de empregos no país, seja nas obras de infraestrutura que antecedem a Copa ou em atividades de turismo durante o evento.

– É mais do que um Uruguai de empregos – disse.

Cronograma geral das obras

De acordo com o ministro, dos 12 estádios prometidos para Copa do Mundo de 2014, apenas seis foram concluídos. Os outros seis devem ser entregues até dezembro. Entre eles, o mais avançado é o do Corinthians, em São Paulo. Os demais estariam com o prazo mais apertado, mas com segurança de entrega em dezembro.

– Nós temos um cálculo muito seguro de previsão da entrega desses estádios. Porque nós tomamos o início das obras, calculamos a evolução mês a mês, o percentual até a data de hoje e projetamos para o prazo do entrega a possibilidade de conclusão das obras com base no percentual mantido até agora – afirmou.

Questionado pelo senador Sérgio Souza sobre o projeto de mobilidade urbana de Manaus que fracassou, o ministro disse que a cidade enfrentou problemas de recursos e de licenciamento. Rebelo disse que o governo federal e o ministério estão dando todo o apoio para que a cidade consiga realizar o evento.

Sérgio Souza também quis saber a opinião do ministro sobre a modificação na legislação que trata do mandato do presidente das federações esportivas. Para Rebelo, seriam bem vindas regras que estabelecessem limites para o tempo e o número de mandatos desses dirigentes.

- (As regras) darão a essas entidades uma sintonia com o espírito geral do país – opinou.

Pobres nos estádios

Em resposta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre como possibilitar que as pessoas com menos condições financeiras possam ir aos estádios durante os jogos da Copa do Mundo, o ministro do Esporte disse que essa também é uma preocupação do ministério. Ele afirmou que apresentou essa questão à Fifa, que cedeu 50 mil ingressos para serem distribuídos gratuitamente à população de baixa renda, principalmente à população indígena.

– Eu acho que se o futebol perder esse vínculo, esse laço, essa identidade, ele perde muito da sua fantasia e do seu encanto – afirmou.



13/08/2013

Agência Senado


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