Mantega nega que Brasil pretenda aumentar IPI para outros tipos de produtos



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta terça-feira (18) que o Brasil pretenda estender as medidas protecionistas, como o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, a outros tipos de produtos. Mantega fez a afirmação em reunião com o ministro de Finanças da Coreia do Sul, Jaewan Bahk, no Ministério da Fazenda.

Segundo o secretário de Relações Internacionais da Fazenda, Carlos Cozendey, que acompanhou o encontro, Mantega assegurou ao colega coreano que o aumento do IPI sobre automóveis de fora do Mercosul e do México é temporário e vigorará até dezembro de 2012. Um eventual aumento do prazo de transição para as montadoras que desejem instalar fábricas no Brasil, declarou Cozendey, não foi discutido. “O ministro coreano abordou a questão e Mantega disse que a medida [o reajuste do IPI] não é contra um país ou outro. A empresa que cumprir os requisitos [de 65% de componentes nacionais e se instalar no Mercosul] tem o mesmo tratamento que os produtos nacionais”, explicou Cozendey.

Durante a reunião, informou o secretário, Mantega manifestou preocupação com as barreiras fitossanitárias que os sul-coreanos têm levantado sobre a carne brasileira. Segundo Cozendey, essas barreiras contribuem para o déficit comercial do Brasil com o país asiático, que aumentou dez vezes nos últimos cinco anos, enquanto o comércio bilateral cresceu três vezes.

No encontro dos ministros do G20, os países concordaram sobre a necessidade de reforçar o FMI para enfrentar um eventual agravamento da crise econômica atual. Os membros do grupo, que reúne as 20 maiores economias do mundo, divergiram sobre a forma que o aporte ocorrerá.

O Brasil e países emergentes sugerem que o repasse de recursos seja feito por meio de acordos entre o FMI e cada país. Diversos países europeus, no entanto, defendem que o Brasil e outros países que emprestaram recursos para o Fundo em 2009 adiem a incorporação desse dinheiro às cotas do fundo, que ocorreria em 2012. Isso obrigaria o Brasil, Japão, a Rússia, Índia, China, União Europeia, e os Estados Unidos a fazer novos aportes. Em 2009, o Brasil se comprometeu a emprestar US$ 14 bilhões das reservas internacionais ao FMI, dos quais cerca de US$ 10 bilhões foram efetivamente repassados. Pelo acordo original, o país poderia usar esses recursos para aumentar a cota no FMI. Caso a proposta europeia seja aceita, o Brasil terá de desembolsar mais recursos além do previsto no próximo ano para ter mais poder no Fundo.

Apesar de a sugestão dos países europeus implicar desembolsos adicionais, Cozendey negou que o receio do Brasil à proposta seja o impacto financeiro. “Os acordos bilaterais são mais rápidos e permitirão que os recursos estejam disponíveis para o FMI no início do próximo ano. Pela proposta dos outros países, seria necessário um novo acordo e o dinheiro só deverá estar disponível em setembro ou outubro de 2012”, explicou.


Fonte:
Agência Brasil



18/10/2011 19:01


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