Mão Santa analisa artigo de Brizola que compara Kirchner com Lula
O senador Mão Santa (PMDB-PI) manifestou seu apoio ao artigo em que o ex-governador Leonel Brizola afirma que o presidente argentino Néstor Kirchner, sem prometer um espetáculo do crescimento, depois de um ano de governo tem o apoio de 80% dos argentinos, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva é apoiado apenas por 25% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha.
- Quem planta, colhe. Lula, pelos dados do Datafolha, beira 20% de apoio. A Argentina cresce 10% ao ano, consegue reduzir o desemprego gigante que enfrenta, enquanto aqui o nível do emprego cai e o PIB patina próximo do zero - disse o senador.
Mão Santa observou que, enquanto o governo Kirchner endureceu com o Fundo Monetário Internacional (FMI), como o fizeram Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek no Brasil, -Lula amoleceu e se entregou aos banqueiros internacionais-.
O senador piauiense afirmou que, contrariando Rui Barbosa, que recomendava dar-se primazia ao trabalho e ao trabalhador, deixando em segundo plano a riqueza, o governo Lula fez o contrário.
- O governo Lula inverteu. Ele entregou-se, ajoelhou-se, humilhou-se, vendeu-se aos banqueiros. Por que Tiradentes foi enforcado? Porque combateu a derrama, os impostos altos. E no entanto o PT é o partido dos tributos. O que eu tenho visto nesta Casa é aumentarem-se os impostos - a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] e a Cofins [Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social]. O que tenho visto é não regulamentarem o imposto de renda.
O senador afirmou que, em 1970, o brasileiro trabalhava doze meses ao ano, destinando o ganho de apenas um mês de trabalho ao governo. Agora, disse, dos 12 meses trabalhados ao ano, o brasileiro dá o ganho de cinco meses para o governo. -E o governo não oferece nada de volta. O governo está reprovado. Não é Fome Zero, não. É governo zero-.
De acordo com Mão Santa, o Banco Central argentino pratica taxas de juros quatro vezes menores que as cobradas no Brasil. E o presidente Kirchner não é um extremista nem um radical, mas o povo argentino percebe nele a determinação de enfrentar os interesses dos poderosos e a vontade de transformar a Argentina, acrescentou.
- Ele governa com energia, bom senso e independência. Enfim, o povo sente que ele está com os argentinos. Aqui nós sentimos que o presidente Lula está com os banqueiros internacionais.
27/05/2004
Agência Senado
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