Mão Santa cita Ulysses e Tancredo para pedir mudanças na reforma da Previdência
O Senado não deve ratificar o texto da reforma da Previdência aprovado pela Câmara dos Deputados, afirmou o senador Mão Santa (PMDB-PI) ao criticar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Ele citou antigos líderes do PMDB para dizer qual deve ser a postura do partido durante os debates no Senado.
- Ninguém vai comer apressado. Quem lidera o PMDB não é Renan (Calheiros), (José) Sarney, ou Papaléo (Paes), é Ulysses Guimarães, que enfrentou os cães e nos ensinou a lutar pela democracia. É Tancredo Neves, que se imolou para ver a democracia. Ulysses: -Ouça a voz rouca das ruas-. Eu quero saber a voz do camelô, dos sem-emprego - disse o senador.
Mão Santa disse que o texto da Câmara não faz justiça social porque não promove a inclusão dos trabalhadores que estão na informalidade. Ele citou a criação do Funrural, pelo regime militar, para afirmar que é possível beneficiar trabalhadores que não contribuem para o sistema previdenciário. O Funrural garantiu proventos de aposentadoria a trabalhadores na agricultura.
Outro problema da reforma, na avaliação de Mão Santa, é o fato de que, tal como ela saiu da Câmara, causaria mais desemprego. Ao aumentar a idade mínima de aposentadoria, a proposta do governo acaba por impossibilitar a abertura de novas vagas de trabalho. Além disso, completou o senador, a reforma é um assalto aos direitos adquiridos dos servidores públicos.
As preocupações de Mão Santa receberam apoio dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Papaléo Paes (PMDB-AP). Simon aproveitou o pronunciamento para lamentar declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Correa, que fez duras críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista concedida a revista Veja.
01/09/2003
Agência Senado
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