Marcas de cerveja buscam vínculo com sucesso e erotismo



No dia 13 de maio, por volta do meio dia, duas jovens distribuíam panfletos de uma famosa cervejaria no estacionamento localizado entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF).

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O material convidava os transeuntes a almoçarem num dos restaurantes montados pela empresa em Brasília: "A Devassa tem tanta carne boa que resolveu reuni-las no feijão" e "A Devassa quer te pegar pelo estômago" eram as mensagens do panfleto.

A campanha, de caráter local, é uma das tantas já produzidas pela Devassa para ocupar o espaço num mercado muito disputado. Em nível nacional, uma das últimas estratégias foi a contratação da cantora Sandy, antes vinculada a uma imagem de adolescente ingênua, para mostrar-se em estilo sensual. No carnaval de 2010, a estrela da campanha lançada na Marquês de Sapucaí foi a controvertida atriz norte-americana Paris Hilton.

O anúncio para a TV acabou sendo vetado pelo próprio Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por conter apelo erótico excessivo.

A associação de mulheres bonitas ao consumo de cerveja não é novidade. Outras cervejarias têm caminhado nessa linha. Um das campanhas mais badaladas foi a da cervejaria Antarctica com a atriz Juliana Paes, intitulada "a boa".

Masculinidade, energia, esperteza e bem estar físico são há muito tempo valores utilizados pelos publicitários para criar empatia entre os consumidores e as marcas de cerveja. No site da Devassa, por exemplo, a cerveja é definida como um produto que "atrai coisas boas, pessoas interessantes e papos divertidos". Embora pareça agradar muita gente, a estratégia não é bem vista por parlamentares como Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Marisa Serrano (PSDB-MS), que chamam a atenção para os riscos do consumo de bebidas alcoólicas.

As propagandas de cerveja também associam o prazer provocado pela bebida a valores culturais arraigados na cultura brasileira, como o samba e o futebol, principalmente em anos de Copa do Mundo. O cantor e compositor Zeca Pagodinho, por exemplo, tem se notabilizado como garoto-propaganda da marca Brahma.

Os projetos em tramitação tratam da propaganda convencional, exibida em no rádio e na televisão. As peças publicitárias, no entanto, estão acessíveis na internet, onde os jovens navegam, quase sempre sem controle dos pais.



20/05/2011

Agência Senado


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