Marcelo Neri lamenta a morte de Mandela: “Os deuses do mundo estão chorando”
Poucas horas antes do anúncio da morte do líder sul-africano Nelson Mandela, o ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, visitava a cela de dois metros quadrados em que Mandela viveu preso por quase 30 anos na Ilha de Robben, na Cidade do Cabo.
Neri está desde a segunda-feira (2), na África do Sul, participando da II Reunião de Altos Representantes Responsáveis pelos Temas de Segurança dos BRICS, bloco de países emergentes do qual o Brasil faz parte junto com Rússia, Índia, China e África do Sul.
Testemunha da comoção que tomou conta do País com a morte de seu grande líder, o primeiro presidente negro sul-africano, parte da história do próprio ministro confunde-se com a história daquele país. Marcelo Neri chegou a viver na África do Sul, entre 1979 e 1980, quando vigorava o regime do apartheid e Mandela, da prisão, liderava seu povo pelo fim do ódio racial e da opressão branca. “Recordo a música da época do apartheid, que dizia ‘Africa Kukala Abwele’, que quer dizer ‘Os deuses da África estão chorando’. Eu, hoje, diria: ‘World Kukala Abwele’, ou ‘Os deuses do mundo estão chorando’”.
Por coincidência, o ministro da SAE visitou a cela de Mandela na prisão da Ilha de Robben na quinta-feira, 5 de dezembro. Ali, o líder sul-africano quebrava pedras, submetido a trabalhos forçados que comprometeram gravemente a sua saúde. Um monumento, formado por pedras quebradas pelos prisioneiros, também marca a Ilha.
A primeira pedra do monumento foi ali colocada pelo próprio Mandela. “Pequenos grandes gestos de Mandela marcaram a história da África do Sul e do mundo”, comenta Marcelo Neri. “Sua liderança possibilitou a transição surpreendentemente pacífica dos filhos deste solo. Hoje, a África do Sul, tal como o Brasil, pode não ser ainda uma superpotência econômica, mas é, sem dúvida, uma potência do saber suave (super softpower), objetivo dos representantes pelos temas de segurança nos países do BRICS”.
Marcelo Neri retorna ao Brasil no sábado (7), em comitiva de nove pessoas que inclui representantes da SAE, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Ministério das Relações Exteriores.
Fonte:
Secretaria de Assuntos Estratégicos
06/12/2013 18:21
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