Marco Maciel lembra aniversário do Plano Real
O senador Marco Maciel (DEM-PE), em discurso nesta quarta-feira (7), lembrou os 16 anos de implantação do Plano Real, completados no último dia 1º. Para o senador, o ano de 1994, quando foi lançado o plano, pode ser considerado o marco do aperfeiçoamento das instituições políticas e econômicas brasileiras, e da transição de um país sem credibilidade no plano internacional para um parceiro confiável a investidores e governos das nações mais desenvolvidas.
Marco Maciel fez um resumo do passado de descontrole da moeda, da inflação galopante que afetava o país e da sequência de planos econômicos que tentavam tirar o Brasil da crise, todos inicialmente bem-sucedidos e, em seguida, fracassados, desde o Plano Cruzado, em 1986, até o Plano Collor, em 1990, passando pelo Plano Bresser, de 1987, e o Plano Verão, de 1989.
No Plano Cruzado, o índice anual de inflação saltou de 65%, em 1986, para 1.477% em 1990. No Plano Collor, de 480%, em 1991, para 2.709%, em 1993. Nos meses iniciais de 1994, o Brasil enfrentava uma hiperinflação de 40% ao mês, ou 5.500% anuais. A disparada da inflação inibia o processo de crescimento harmônico e sustentado, e muitos analistas econômicos e até mesmo a população acreditavam que o país estava fadado à estagnação. E a pior consequência socioeconômica da inflação elevada, disse o senador, era o agravamento da concentração da renda. Os mais os pobres eram desprovidos de mecanismos de proteção contra o rápido aumento dos preços dos artigos de consumo básico.
Mas em fevereiro 1994, depois de amadurecido o diagnóstico da existência da "inflação inercial" - quando agentes econômicos desenvolvem mecanismos de proteção contra a corrida dos custos, com preços e salários sendo corrigidos pela inflação passada - o primeiro passo para a implantação do plano foi dado com a introdução da Unidade Real de Valor (URV), um indexador geral da economia que era reajustado mensalmente levando em conta a inflação do período.
Em 1995, a inflação anual foi de 15%, caindo para 9% no ano seguinte. Para Marco Maciel, tudo isso já demonstra o acerto do Plano Real que continua sendo, em sua opinião, o mais bem sucedido plano de estabilidade fiscal que o país conheceu.
- Segue certamente como o mais denso, o mais competente, como o de maior duração econômica e que foi capaz de fazer com que o Brasil voltasse a crescer, de forma sustentada, através de providências muitas que foram adotadas ao longo do processo de implementação do plano - disse.
O parlamentar também defendeu a adoção, pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), já que, com a economia estabilizada, ineficiências deixaram de ser compensadas por ganhos derivados da inflação e logo, tais fragilidades ameaçaram a estabilidade do sistema financeiro e, por consequência, o setor real da economia.
07/07/2010
Agência Senado
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