Maria do Carmo pede a volta da Sudene



A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) pediu aos senadores que, com -bom senso e patriotismo-, encontrem uma fórmula adequada para reativar a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) o mais breve possível, reiniciando o processo de desenvolvimento integrado do Nordeste. A extinção da entidade, para ela, foi um grande equívoco.

- A pretexto de se combater desvio criminoso das verbas oficiais destinadas à aplicação em diversos projetos fundamentais para o desenvolvimento do polígono das secas, o que o governo federal fez foi aplicar o remédio fatal no paciente errado: liberou os exploradores do povo e puniu severamente a este, cortando-lhe basicamente a sua única fonte de progresso industrial, agrícola e social - afirmou.

Maria do Carmo lamentou que, no mesmo momento no qual o presidente da República acena com a proposta de adotar medidas concretas para melhorar as condições de vida da classe mais carente, o próprio ministro José Graziano, da Segurança Alimentar, encarregado de viabilizar o oportuno projeto Fome Zero, tenha -desacatado frontalmente o povo nordestino, ao qual tentou imputar o comportamento violento que não é verdadeiro, culpando-o pela insegurança das grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo-.

- Como senadora nordestina, eleita exatamente por aqueles aos quais o ministro ofendeu com o seu pronunciamento infeliz, reagi publicamente, sem intenções de polemizar mas simplesmente restabelecer a honorabilidade de meus conterrâneos, honestos trabalhadores sertanejos aos quais dedico respeito e admiração. A violência, como se sabe, é um fato nacional originado, entre outros motivos, pela injusta distribuição de renda e igualmente pelo desemprego que desafia a todos os responsáveis pela tranqüilidade da nação - disse.

Maria do Carmo lembrou que a Sudene foi criada por Juscelino Kubitschek e entregue -a um verdadeiro cientista da Economia, o paraibano Celso Furtado-. Este, segundo a senadora, imprimiu a seu trabalho um caráter técnico e científico, priorizando apenas os projetos que representassem o crescimento ordenado da região e -descartando a influência negativa e demagógica exercida por poderosos políticos do Nordeste-. Segundo ela, ainda hoje 27% do total do Imposto sobre Circulação de Serviços e Mercadorias (ICMS) recolhido pelos estados nordestinos e 57% de todo o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da região provêm de empresas que contaram com financiamento da Sudene para sua implantação.

- Os nordestinos não querem nem pedem carro pipa ou cesta básica. O que todos precisam é de incentivo do governo para plantar e colher sua lavoura, água em abundância, financiamento de suas indústrias e assistência. Com a Sudene funcionando, eles dispunham de toda essa infra-estrutura, sem a qual estão agora conseqüentemente desesperados - disse Maria do Carmo.



18/02/2003

Agência Senado


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