Maria do Carmo volta a pregar derrubada da MP que extingue a Sudene



Citando artigo do jornalista Luiz Nassif, publicado na Folha de S. Paulo sob o título "O País dos Pinóquios", a senadora Maria do Carmo (PFL-SE) voltou a propor a derrubada, através do voto, da "famigerada Medida Provisória de nº 2145/2001", que extingue a Sudene e a Sudam. A senadora também reclamou do comportamento preconceituoso da maioria da imprensa do Sul e do Sudeste em relação ao Nordeste. Segundo ela, a região só merece manchete quando as notícias são negativas.

A senadora explicou que os números apresentados como o "rombo da Sudene" são inverídicos e que após a confirmação a imprensa não corrigiu a notícia de "uma enorme fraude" e nem desmentiu os dados falsos divulgados pelo governo.

- Do mesmo modo, o senhor presidente Fernando Henrique Cardoso, para demonstrar que é um homem justo e que não é verdadeira a notícia que divulgam sobre a má vontade que ele cultiva com o Nordeste, deveria autorizar, imediatamente, a retirada da funesta MP sob a alegação plausível de que seus assessores lhe entregaram dados irreais - sugeriu a senadora.

Para Maria do Carmo, o presidente da República cometeu um ato apressado ao extinguir a Sudene, "baseado em premissas falsas, em dados inverídicos, em escândalos forjados e em pressão dos meios de comunicação ligados a grupos econômicos". Com base nas conclusões da CPI do Finor (Fundo de Financiamento do Nordeste), a senadora explicou que o "rombo" de mais de R$ 2 bilhões e os cerca de 500 projetos irregulares foram desmentidos e os classificou como "dados absurdos, levianos e mentirosos". Maria do Carmo lembrou ainda que a CPI do Finor constatou que, em um total de 3 mil projetos aprovados em 41 anos de existência da Sudene, 51 projetos foram identificados como irregulares, correspondendo a 1,7% do total dos recursos aplicados.

- Considero importante repetir muitas vezes que durante toda a longa existência da Sudene foram aplicados apenas US$ 7,27 bilhões, gerando quase 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Enquanto isso, mais de US$ 22 bilhões foram gastos em apenas dois anos pelo governo na salvação generosa de bancos falidos, componentes de um sistema privilegiado que vem exaurindo gananciosamente a nação e a sociedade - comparou.

21/05/2001

Agência Senado


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