Maria do Carmo: realidade da violência contra a mulher é estarrecedora



Na posse de dados recebidos da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher do Distrito Federal, a senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) admitiu nesta quinta-feira (16) ter ficado estarrecida com a realidade da violência contra a mulher, "em patamares muito maiores do que sempre pudemos constatar". Os dados apontam que houve um aumento de 45% no número de denúncias registradas naquela delegacia nos três primeiros meses deste ano, em relação a igual período no ano passado. Entre janeiro e março de 2002 as denúncias de maus-tratos dobraram, enquanto as relativas a ameaças contra as mulheres tiveram um incremento de 78% e as referentes a lesões corporais e estupros aumentaram 25%, comparativamente aos mesmos meses de 2001.

- Por um lado, podemos concluir que a violência simplesmente se ampliou com o passar dos anos; por outro, pode-se entender que o trabalho de conscientização que há muito nós, parlamentares, as instituições que se dedicam ao tema, as próprias delegacias especiais de atendimento à mulher, organizações não-governamentais e a própria opinião pública vimos fazendo está surtindo efeito, e que as mulheres estão mais corajosas para exigir seus direitos e dar um basta na violência doméstica - analisou a senadora.

Frente a esse quadro, Maria do Carmo defendeu que o combate à violência contra as mulheres deve continuar em duas frentes: a primeira, "buscando formas de proteger as mulheres por meio de uma legislação que realmente puna os agressores", principalmente em relação àqueles "que privam da intimidade da mulher e que se aproveitam disso para açoitá-las de sua condição humana, por meio da violência física, psicológica e sexual".

A segunda frente, ressaltou, deve ser a de criar entidades "com força política para facilitar o implemento de ações para prevenir as ações desrespeitosas", conscientizando a sociedade sobre a necessidade de igualdade de direitos para as mulheres.

- A luta pela erradicação da violência de gênero é contumaz, e as batalhas devem ser travadas dia após dia para que, a cada momento, possamos condenar, não só com penas, mas com a desaprovação social, aqueles que ainda não aprenderam a nos respeitar - afirmou.



16/05/2002

Agência Senado


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