MULHERES AINDA ENFRENTAM "REALIDADE CRUEL", DIZ MARIA DO CARMO



 MULHERES AINDA ENFRENTAM "REALIDADE CRUEL", DIZ MARIA DO CARMO

Os direitos da mulher estãoentre as principais conquistas sociais da humanidade obtidas neste século, afirmou nestaquarta-feira (dia 10) a senadora Maria do Carmo (PFL-SE), durante sessão solene doCongresso em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Mas, apesar desses avanços,observou a senadora, ainda persiste "uma realidade cruel", onde mais de doisterços dos analfabetos e 70% dos pobres de todo o mundo são mulheres. A senadoraobservou também que, embora as mulheres tenham presença marcante em muitos setores dasociedade brasileira, inclusive no Poder Judiciário, nenhuma conseguiu, até então,chegar aos tribunais superiores nem à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB). As mulheres também nunca assumiram a presidência de grandes bancos oficiais comoo Banco Central e o Banco do Brasil, acrescentou, bem como a presidência dasconfederações classistas patronais ou de trabalhadores. - Esses são alguns exemplospara mostrar que o caminho da igualdade é garantido na lei, mas sonegado na realidade.Acredito que o veículo para a correção dessas disparidades passa pela escola, pelasuniversidades, passa pela indústria do conhecimento - disse. Entre as conquistas sociaisdas mulheres, a senadora citou o direito de votar e ser votada, instituído em 1934 naAmérica Latina. A maior participação no mercado de trabalho também foi uma conquistada mulher. Segundo a senadora, em 1950, apenas 14,7% das mulheres trabalhavam fora decasa, sendo que esse índice pulou para 17,9% em 1970 e atualmente já é de 52% emrelação à população economicamente ativa do país. Para Maria do Carmo, o CongressoNacional deu importante contribuição à luta do movimento feminino pelos seus direitos,com a realização da CPI da Mulher, instalada no dia 8 de março de 1977. - A CPI daMulher produziu importante documento sobre a condição da mulher brasileira naquelaépoca, promovendo um grande debate nacional sobre o assunto e mobilizando setoresrepresentativos da sociedade, criando o clima necessário para a lei do divórcio e oingresso da primeira mulher na Academia Brasileira de Letras, naquela época um redutomasculino inexpugnável. Depois de Raquel de Queiróz, outras escritoras ilustres láingressaram, como Nélida Piñon e Lígia Fagundes Teles, abrindo caminho para aintelectualidade feminina - afirmou. A senadora lembrou que o Dia Internacional da Mulherfoi instituído em 1910, em memória de uma centena de trabalhadoras que morreramqueimadas criminosamente em um galpão de fábrica nos Estados Unidos, pelo fato dereivindicarem melhores condições de trabalho. Comemorado oficialmente no dia 8 demarço, esse dia "é um momento especial em todo o mundo e um importante eventopolítico", observou. Maria do Carmo encerrou seu discurso dizendo que as mulheresdesejam "uma parceria igualitária, fraterna e solidária com os homens para aconstrução de um mundo melhor e uma convivência mais harmoniosa na luta pelasobrevivência e pela felicidade do gênero humano".



10/03/1999

Agência Senado


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