MARINA CELEBRA PROIBIÇÃO DE EXTRAÇÃO DE MOGNO
A reedição do decreto que proibiu há dois anos a extração de mogno na Amazônia foi elogiada hoje (dia 5) pela senadora Marina Silva (PT-AC) como uma iniciativa governamental capaz de levar o Brasil a agir com mais responsabilidade na proteção do meio ambiente. Mas ela pediu que o governo não se restrinja a essa proibição e que não deixe passar mais dois anos sem discutir a fundo a exploração de madeira na Amazônia.
Marina contou que, há três anos, esteve no Palácio do Planalto com o padre Paulino Baldassari, alertando o governo sobre os problemas ambientais que a extração predatória do mogno estava causando no Norte do país. "O mogno poderia ser extinto se o Brasil não contivesse o avanço das madeireiras que o extraíam", explicou ela. Nessa audiência, segundo informou, ela expôs ao presidente a necessidade de uma moratória e de um profundo debate sobre essa exploração.
Para a senadora, é fundamental que o governo assuma uma conduta que incorpore a tese do desenvolvimento sustentado. Ela advoga a idéia de que o Brasil exija certificado de origem dos nossos produtos florestais, para que tenham qualidade ambiental e social. "Isso para que o Brasil não sofra mais a pecha de fazer extração irregular da madeira", observou a parlamentar.
Marina Silva também contou que, em 1996, foi à Itália, com o padre Heitor Turrini, pedir ajuda para instituir na Amazônia um pólo madeireiro, capaz de propiciar a fabricação de móveis para exportação e de reduzir a exportação da madeira bruta. Sua idéia objetivava a venda de móveis brasileiros de qualidade para os países desenvolvidos, assim como a criação de empregos na região amazônica.
Na cidade de Cuomo (Itália), diante de 175 empresários, Marina e o padre Turrini expuseram essa meta e conseguiram desses industriais a instalação de uma escola de móveis em Xapuri (AC). Conforme a senadora, dois jovens xapurienses já foram enviados à Itália para receber aulas de marcenaria, havendo ainda o projeto de virem artesãos italianos aposentados para dar aulas nessa escola de Xapuri.
- Nosso objetivo é produzir móveis de excelente qualidade. E queremos que o Acre seja pioneiro na proposta de aproveitar os recursos florestais sem causar danos ao meio ambiente. Que essa pequena escola seja modelo para todos - pregou a parlamentar.
05/08/1998
Agência Senado
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