MARINA CRITICA CORTES NA ÁREA AMBIENTAL



Os cortes orçamentários que atingirão o ministério do Meio Ambiente estão preocupando a senadora Marina Silva (PT-AC). Ela criticou, durante a sessão desta terça-feira (dia 1º), a última proposta orçamentária enviada ao Congresso que prevê "um dos cortes mais radicais nos parcos recursos que a área ambiental tem merecido neste e em outros governos". Como exemplo, Marina cita contenções entre 48% e 100% em programas do ministério que acarretariam, segundo ela, redução total de cerca de 65% nos gastos ambientais.- O resultado destes cortes já se pode prever: será um golpe de morte em nossa já enfraquecida política ambiental - avaliou.Marina Silva criticou também a previsão de transferência da Secretaria de Recursos Hídricos do ministério do Meio Ambiente para o âmbito da agricultura ou infra-estrutura. "Além dos cortes no orçamento, o ministério deverá perder seu filhote mais aquinhoado na distribuição de recursos da pasta ambiental". Para a senadora, as medidas indicam que o governo trata a questão ambiental de forma secundária.As medidas trarão, no entender da senadora acreana, reflexos negativos nos índices de desemprego. "Serão prejudicados apoios a empreendimentos sustentáveis de comunidades em todo o país, que geram renda e ocupação". Marina Silva afirmou que justamente nos momentos de crise o governo deveria se preocupar em garantir recursos para áreas sociais, como forma de fazer frente aos efeitos da situação econômica.- Justamente por considerar o momento gravíssimo, é que o orçamento de 1999 deveria garantir as devidas compensações sociais necessárias para evitar que os mais pobres passem à condição de excluídos e os trabalhadores a desempregados. E, ao contrário, o que se vê são mais cortes - lamentou a senadora, citando as áreas de saneamento, agricultura, reforma agrária e educação, que também sofrerão cortes.Em aparte, o senador Josaphat Marinho (PFL-BA) afirmou que os cortes não se limitam à área ambiental. De acordo com o senador baiano, serão atingidas todas as regiões e programas do país. Para ele, o mais lamentável é que os cortes indiscriminados indicam a falta de planejamento do governo.- Não há prioridade e sempre que ocorre qualquer dificuldade o governo poda o orçamento como lhe é mais favorável sem levar em conta os interesses do país - disse Josaphat Marinho.

01/12/1998

Agência Senado


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