MARINA DESTACA ESFORÇOS PARA MORALIZAR O ACRE



Há mais de oito meses não se encontram cadáveres no estado do Acre e existem informações de que nesse período nenhum meio de comunicação foi invadido para que pessoas ligadas ao narcotráfico ou ao esquadrão da morte obrigassem os jornalistas a editar as matérias de acordo com a conveniência dos criminosos. Essas observações foram feitas nesta terça-feira (dia 28) pela senadora Marina Silva (PT-AC) ao comentar a luta contra o crime em seu estado.
Marina disse que ficou muito feliz ao perceber em várias matérias na imprensa nacional a solidariedade ao povo acreano: "Faço uma ressalva, que é quase um pedido de socorro: por favor, que a gente trate exatamente o joio como joio e o trigo como trigo, para que o pão da liberdade, da justiça, dos direitos humanos, da defesa da dignidade humana possa ser construído a partir deste novo trigo que começa a florescer nesse pequeno estado".
Segundo a senadora, a tranqüilidade e a humildade do governo acreano têm sido importantes, por compreender que se não contasse com parceiros na Justiça, nas CPIs (comissões parlamentares de inquérito), na Corregedoria da Câmara dos Deputados, não teria condições de operar o processo de moralização no estado.
- Notem quanto é importante a simples atitude de não obstruir a ação da Justiça. Pessoas denunciadas e presas eram importantes dentro da estrutura do meu estado, estavam dentro das instituições públicas. Elas deveriam estar dando segurança à população, mas infelizmente utilizavam-se de suas posições para dar cobertura à contravenção - observou Marina.
Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) disse que no final de semana obteve no Acre "a impressão de que há uma esperança muito bonita nos olhos das pessoas, porque a gente está vendo um horizonte de paz. As pessoas imaginam que a gente vai poder viver de novo em paz, que o crime organizado não vai comandar as leis do Acre, que nós não vamos ter o narcotráfico agredindo e violentando tantas famílias humildes nos bairros pobres do estado".
Já a senadora Heloísa Helena (PT-AL), depois de observar que o estado de Alagoas tem passado por situações semelhantes à do Acre, disse que o povo acreano não tem de que se envergonhar: "Ruim é conviver com o lixo em baixo do tapete". Heloísa afirmou que a elite política e econômica do país "permite o tráfico de drogas, a corrupção, e que valores fundamentais para a vida em sociedade - como solidariedade, fraternidade e justiça social - sejam vistos como algo típico de dinossauros, como algo ultrapassado".

28/09/1999

Agência Senado


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