Marina divulga estudo que aponta redução da Mata Atlântica



Ao registrar que hoje (27) é o Dia Nacional da Mata Atlântica, a senadora Marina Silva (PT-AC) divulgou estudo da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontando que no período de 2005 a 2008 foram desmatados pelo menos 102.938 hectares de cobertura florestal nativa. Esse número corresponde a dois terços do tamanho da cidade de São Paulo.

Os estados onde a situação é mais crítica são Minas Gerais (32.728 hectares desmatados), Santa Catarina (25.953) e Bahia (24.148). O "Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica", do INPE e Fundação SOS Mata Atlântica, revela que Minas Gerais possuía, originalmente, 27.235.854 hectares de Mata Atlântica, que cobriam 46% do seu território. Hoje restam apenas 9,68%.

- Cerca de 120 milhões de pessoas vivem na área do Bioma da Mata Atlântica. A qualidade de vida de aproximadamente 70% da população brasileira depende da preservação dos remanescentes. Eles mantêm nascentes e fontes, regulando o fluxo dos mananciais d'água que abastecem as cidades e comunidades do interior, ajudam a regular o clima, a temperatura, a umidade, as chuvas, asseguram a fertilidade do solo e protegem escarpas e encostas de morros - afirmou Marina Silva.

A senadora pelo Acre também sugeriu aos demais parlamentares que leiam uma publicação da Embrapa Solos, de 2002, intitulada "Uso Agrícola dos Solos Brasileiros", de Celso Vainer Manzatto, Elias de Freitas Júnior e José Roberto Rodrigues Peres. O livro relata a evolução da agropecuária brasileira ao longo das últimas três décadas, com foco principal no uso das terras.

Os autores defendem a necessidade da adoção de medidas urgentes para a manutenção ou aumento do atual status da agropecuária brasileira. Isso pode ser feito através do desenvolvimento tecnológico, da recuperação e reintegração ao processo produtivo das chamadas terras velhas, e do apoio permanente à pesquisa de geração de conhecimentos e transferência de tecnologias para os pequenos e médios produtores.

- O quarto cenário defendido pelos autores está relacionado ao melhor planejamento de uso de terras brasileiras, que necessita estar baseado nos zoneamentos agrícola e ecológico-econômico, que conjugam as informações relativas à potencialidade das terras, com as necessidades de controle dos riscos de produção e ambientais, tornando-se ferramentas essenciais aos processos de crédito e seguro agrícola - completou Marina Silva.



27/05/2009

Agência Senado


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