Marina Silva alerta para crescimento do desmatamento na Amazônia
- É preciso que o governo federal comece a tratar seriamente o valor real de nossa biodiversidade e de nossas florestas. O próprio Ibama, numa primeira e linear estimativa, calcula em R$ 4 trilhões o potencial de aproveitamento da biodiversidade do Brasil - afirmou Marina.
Segundo a senadora, uma das alternativas para o desmatamento é o projeto de lei de sua autoria que cria uma reserva no Fundo de Participação nos Estados (FPE) para investimento nos estados que tenham áreas de preservação ambiental e preservação permanente, reservas indígenas e extrativista, e também projetos de assentamento extrativista.
Marina Silva se disse cansada das acusações atribuídas aos defensores do meio ambiente. "Transformar a Amazônia em um santuário não é o objetivo", argumentou. A senadora explicou que o movimento ambientalista hoje não está restrito a dizer o que não se pode fazer, mas apresenta soluções segundo o princípio do socioambientalismo, que compatibiliza o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente.
A senadora ressaltou que não quer a adoção de modelos de desenvolvimento empregados no Sul e Sudeste do país e muito menos o que foi feito com a Mata Atlântica, atualmente reduzida a 8% de sua composição original.
Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) elogiou a luta incansável de Marina em relação ao meio ambiente e pediu a ela nunca desanime na defesa da preservação da Amazônia. Lobão ressaltou também a atuação responsável e competente do deputado federal José Sarney Filho à frente do Ministério do Meio Ambiente.
- Sarney Filho está fazendo o que pode em relação a preservação de nossas florestas e riquezas naturais, em especial à Amazônia. O problema é que o Ministério do Meio Ambiente está sobrevivendo apenas às custas da renda de multas aplicadas por crimes ambientais. Sem verbas da União, não há muito o que fazer - disse Lobão.
A senadora citou matéria publicada no Correio Braziliense , no último domingo (dia 15), em que a secretária de Coordenação do Meio Ambiente da Amazônia, Mary Allegretti, deixa claro que o ministério tem um alcance de fiscalização reduzido e o problema exige uma coordenação de políticas agrícolas, agrárias e econômicas.
17/05/2001
Agência Senado
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