Marina Silva comenta notícias sobre aumento do desmatamento na Amazônia



A senadora Marina Silva (PT-AC) comentou, em discurso nesta quarta-feira (14), informações publicadas pela imprensa segundo as quais o desmatamento na Amazônia voltou a crescer por dois meses consecutivos - em julho e em agosto. Segundo a senadora pelo Acre, levantamentos da organização não-governamental Imazon dão conta de que em julho deste ano o desmatamento cresceu 93% em comparação com o mesmo período de 2008 e, em agosto, o aumento foi de 167% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Segundo Marina Silva, o desmatamento passou de 276 quilômetros quadrados em julho de 2008 para 532 quilômetros quadrados em julho deste ano. Em agosto de 2008, o desmatamento, segundo a senadora, foi de 102 quilômetros quadrados, contra 273 quilômetros quadrados em agosto deste ano.

- As causas desse aumento, segundo o Imazon, coincidem com as advertências que venho fazendo desde a discussão da Medida Provisória 458, também conhecida como MP da grilagem da Amazônia. Durante aquele processo, alertei para o fato de que a MP iria criar uma nova corrida à ocupação das terras e florestas públicas - lembrou a senadora.

Mudanças climáticas

Em seu pronunciamento, Marina Silva também comentou notícia sobre reunião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira (13), com vários setores do governo encarregados da formulação da proposta brasileira para a Convenção de Mudanças Climáticas, que será realizada em Copenhagem, na Dinamarca, em dezembro deste ano.

O Brasil, afirmou a parlamentar, sempre foi um ator importante nas negociações sobre mudanças climáticas, sobretudo pela mobilização de organizações da sociedade civil e da comunidade científica. Lembrou que em 2008 o Brasil continuou a avançar, ao anunciar a meta voluntária de redução do desmatamento em 80% até 2020.

Para a senadora, o Brasil pode e precisa se comprometer com metas de redução de emissões, não apenas as oriundas do desmatamento da Amazônia, mas também de todos os biomas, especialmente Cerrado e Caatinga e também da agricultura, dos setores industriais, de transporte e de geração de energia.

Marina Silva apontou a falta de correspondência entre o discurso do governo e a ação para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Ela assinalou que embora muito se fale no Congresso sobre defesa do meio ambiente, as medidas anunciadas ou tomadas contrariam esse discurso.

- As pessoas querem acabar com o Código Florestal e dizem que fazem isso para defender as florestas e para que não haja desmatamento; defendem o fim do licenciamento prévio para rodovias e dizem que isso nada tem a ver com o enfraquecimento da proteção do meio ambiente; dizem que são defensores do engajamento do país no esforço pelo combate às mudanças climáticas, e o projeto que institui a Política Nacional de Mudanças Climáticas está praticamente parado desde que deu entrada na Camada dos Deputados há 16 meses - lamentou a senadora.



14/10/2009

Agência Senado


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