MARINA SILVA LAMENTA FIM DO PROGRAMA BOLSA-ESCOLA
Para Marina, o programa premiado pela Unesco, representa uma conquista da sociedade de Brasília e não pode terminar em função de divergências político-partidárias. "A proposta do atual governo de substituir o bolsa-escola pela distribuição de cestas básicas e material escolar equivale a trocar cidadania pelo velho sistema "casa grande-senzala", um assistencialismo que humilha as pessoas e não lhes ensina nada", disse.
A senadora pelo Acre fez um apelo a Roriz para rever sua decisão de paralisar o programa. "Sei ser necessário muita coragem para prosseguir um programa de governo de um partido adversário. Mas isso é a verdadeira Política, com "P" maíusculo".
Citando reportagem publicada pela Folha, Marina criticou os critérios de avaliação usados pelo governo do Distrito Federal para afirmar que o programa não cumpriu seus objetivos. "Dizer que os alunos já estavam matriculados, independente do programa, é ignorar que o desafio é a permanência da criança na escola, não apenas sua matrícula. Se a avaliação do programa mostrou falhas, vamos corrigí-las. Se há casos isolados de famílias que não cumprem o compromisso, vamos tomar providências", afirmou.
Em aparte, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) também lamentou o fim da Bolsa-Escola. "Esse programa cresceu, se tornando suprapartidário. Em Boa Vista (RR), a prefeitura implantou uma versão, obtendo bons resultados. Mas também foi suspenso e substituído pelas velhas práticas de dar cestas básicas", lamentou.
22/11/1999
Agência Senado
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