MARINA SILVA LASTIMA DISCRIMINAÇÃO DA MULHER
A senadora Marina Silva (PT-AC) lamentou hoje (dia 10), durante a comemoração do Dia Internacional da Mulher, a herança cultural que limitou o espaço da mulher na sociedade, excluindo-a das possibilidades da história. Em sua opinião, a humanidade privilegiou o patriarcado na história da arte, das religiões e em todos os aspectos da vida, daí por que hoje são necessárias tantas datas comemorativas de eventos, quando o núcleo comum a ser celebrado é o ser humano.
Conforme a senadora, nossa herança cultural celebra o dia do índio, da mulher, da criança, da consciência negra, entre outros, negligenciando a razão dessa pulverização. No seu entender, talvez a explicação para isso seja a necessidade de ter-se um dia dedicado à mulher. "Talvez isso seja o marco entre o que devia nos fazer inteiros e nos faz separados", analisou ainda a senadora.
Marina Silva considerou injusta a exigência social de que as mulheres sejam belas, altruístas, capazes de renúncia e sofrimento, e citou Caetano Veloso para sustentar que "precisamos parar de achar feio aquilo que não é espelho". Ela pregou o fim das diferenças entre homens e mulheres e, ao lembrar a lei que fixou cotas para que as mulheres se candidatem a cargos eletivos, disse que o propósito não foi o de discriminar o sexo oposto.
- Se, daqui a alguns anos, tivermos de fazer cotas para que os homens participem da vida pública, teremos fracassado. Nosso grande desafio é marchar por inteiro e não excluir como fomos excluídas - observou.
Ela louvou a contribuição das mulheres no Parlamento brasileiro, dizendo que essa é uma colaboração diferenciada, voltada mais para a construção dos consensos do que para as disputas.
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) a aparteou para dizer que em Marina da Silva ele podia "homenagear todas as mulheres no seu dia". O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também aparteou para lastimar que o governo de Fernando Henrique Cardoso não tenha mulheres nos ministérios. E osenador Pedro Simon (PMDB-SP) comentou que fica muito mal o governo não ter uma só mulher no ministério.
10/03/1998
Agência Senado
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