MARINA SILVA REIVINDICA MAIS DINHEIRO PARA PROGRAMAS SOCIAIS
Para Marina é inadmissível que uma explicação como essa seja dada por um presidente que já está no governo há cinco anos. "Quando existe vontade política, se encontram técnicas eficientes para resolver o problema. Quando se trata de salvar banqueiro falido ou de manter sólidas as estruturas do sistema financeiro, o governo sabe ser eficiente. Já é tempo de entender que, quando há decisão política, existe técnica para implementá-la".
A senadora afirmou que o problema da pobreza no Brasil é de dinheiro sim. "Uma dotação de R$ 4 bilhões para o Fundo de Combate à Pobreza não será suficiente, quando sabemos haver 70 milhões de brasileiros que não ganham o suficiente para viver. A Comissão do Senado apresentou propostas definindo um limite para a pobreza, abaixo do qual a complementação seria dada como direito de cidadania e não como caridade".
Marina defendeu, ainda, a aprovação de uma emenda apresentada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para a utilização de 70% desta dotação de R$ 4 bilhões do Fundo para erradicação do trabalho infantil. "Propostas no Senado para destinar mais dinheiro para o social há muitas, como a do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de destinar 6%, dos R$ 40 bilhões que serão liberados pela DRU, para o Fundo. Se há ineficiência na gestão dos programas sociais do governo, esses problemas têm nome, endereço e telefone".
Ela admitiu que a responsabilidade de erradicar a pobreza não é somente do governo, mas de toda a sociedade. "Mas é primordialmente do governo. A sociedade, para ser parceira, precisa de políticas claras e bem definidas. Como diz D. Mauro Morelli, nos 500 anos de Brasil, o governo sempre trabalhou pelos que têm, pelos que podem e pelos que sabem. Vamos criar uma nova química nos programas do governo", concluiu Marina.
Em aparte, a senadora Heloisa Helena (PT-AL) comparou os US$ 151 bilhões que o governo destinará, no ano 2000, para o serviço das dívidas externa e interna, com os R$ 4 bilhões que destinará ao Fundo de Combate à Pobreza. "Isso equivalerá a dar R$ 4, ao mês, a cada pobre do Brasil. Pode ser uma luta inglória, mas vou continuar lutando pelos que nada possuem".
23/03/2000
Agência Senado
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