Mário Couto critica mudanças na Constituição venezuelana
O senador Mário Couto (PSDB-PA) criticou as mudanças a ser impetradas na Constituição da Venezuela, caso aprovadas em referendo em 2 de dezembro, para permitir reeleições sucessivas do presidente daquela República. Disse também estar preocupado com as relações próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros integrantes do Partido dos Trabalhadores tanto com o presidente Hugo Chávez quanto com o presidente de Cuba, Fidel Castro.
Mário Couto leu em Plenário requerimento no qual pede voto de repúdio ao presidente da Venezuela "pela forma antidemocrática com que impôs a reforma constitucional, tendente a consolidar seu regime autoritário e personalista".
- A mudança permite a Chávez perpetuar-se no poder, exatamente como estão falando que o presidente Lula deseja - disse o parlamentar, pedindo que Lula esclareça publicamente se deseja mudar a Constituição para permitir que concorra a um terceiro mandato.
O parlamentar arrolou as mudanças na Constituição venezuelana que considerou antidemocráticas: a subordinação de governadores e prefeitos a militares nomeados por Chávez; o fim da autonomia do Banco Central; a impossibilidade de os proprietários privados recorrerem à Justiça contra expropriação; e a possibilidade de decretar estado de emergência pelo tempo que quiser, com suspensão dos direitos individuais e de imprensa.
- Ô ditadorzinho cruel! Gosta de mandar! - afirmou Mário Couto, lembrando que Chávez gosta de palpitar sobre a política interna de países vizinhos.
O senador disse ainda que as armas compradas recentemente pelo governo venezuelano não visam à guerra com os Estados Unidos ou a invadir um país fronteiriço: destinam-se a combater o próprio povo venezuelano.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que as mudanças constitucionais na Venezuela estão exorbitando a democracia.
Mário Couto ainda criticou a ausência de investimentos na área da saúde, mesmo com a cobrança, há 11 anos, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF); e os indicadores sociais do país. Anunciou ainda que uma unidade da rede de hospitais Sarah Kubitschek será inaugurada no Pará até o final do ano.
Em outro aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o governo mente ao dizer que o pobre não paga a CPMF.
05/11/2007
Agência Senado
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