Mário Couto e Magno Malta debatem o crescimento da violência no país



O que era para ser um pronunciamento do senador Mário Couto (PSDB-PA) sobre a situação das rodovias federais localizadas no estado do Pará transformou-se em um debate entre ele e o senador Magno Malta (PR-ES) sobre o aumento da violência no país. Couto cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva providências urgentes para resolver ou pelo menos minimizar o problema.

- No dia 19 de março, a Polícia Civil fez uma movimentação em todo o país e prendeu 2.222 pessoas criminosas, 903 delas só em São Paulo. Se esta ação fosse multiplicada por 30 dias teríamos em torno de 60 mil presos. Se durasse os 365 dias do ano, passaríamos de 800 mil. Por que não se faz? Por falta de vontade. É a única explicação. Se, ao invés de só a Polícia Civil atuar, houvesse uma ação conjunta de todas as polícias, será que a criminalidade não diminuiria? - indagou Mário Couto.

O senador Magno Malta comentou que, diferente do que alguns argumentam, seria possível rapidamente o governo federal ampliar o número de vagas nas penitenciárias federais. Ele sugeriu ao presidente Lula que convide os empresários filiados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) a construírem, em um ano, três presídios de segurança máxima para doar ao país. O Bradesco e o Itaú poderiam ser provocados a oferecerem outros quatro presídios.

Ao concordar com a idéia, Mário Couto lembrou que não somente faltam presídios no país. Ele disse que muitos dos 143 municípios paraenses sequer contam com delegacias. Em algumas cidades, as delegacias estão com suas instalações físicas deterioradas, prestes a desabar. "Virou casa de morcego, não funciona", disse e repetiu o senador tucano.

Outro tema que mereceu a concordância dos dois parlamentares foi a criação de uma comissão permanente no Senado para tratar exclusivamente de questões ligadas à segurança pública. Quando Mário Couto tocou no assunto, Magno Malta lembrou que há três anos e meio apresentou projeto de resolução nesse sentido.

- Infelizmente meu projeto nunca saiu da gaveta. Será que vamos ter que esperar a morte de outro João Hélio? Uma comissão permanente estaria discutindo projetos não de afogadilho, mas durante todo o ano. Estaria oferecendo instrumentos para a sociedade brasileira se proteger com a violência - defendeu Magno Malta.



29/03/2007

Agência Senado


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