Mário Couto: no Pará também é perigoso fazer campanha em favela



Assim como está acontecendo no Rio de Janeiro, muitos candidatos a vereadores de Belém do Pará estão com medo de visitar bairros onde é forte o poder de criminosos. Citando matéria publicada pelo jornal O Liberal, o senador Mário Couto (PSDB-PA) disse, nesta terça-feira (5), que os políticos estão contratando seguranças para acompanhá-los em certas áreas onde pretendem fazer comícios ou caminhadas

- Esta é a primeira vez na história da capital paraense em que se vê uma preocupação tão grande dos candidatos a vereadores. E não é diferente, também, no interior do estado. Tenho certeza de que prefeitos e vereadores estão ameaçados pela bandidagem. Aonde chegamos? - protestou o senador.

Mário Couto responsabilizou o governo federal pela falta de recursos no seu estado, lembrando que, da tribuna do Senado, tem solicitado a ajuda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governo de Ana Júlia Carepa (PT). O dinheiro, entretanto, não tem chegado, disse o senador, já que não se vê ações nem do governo federal nem da governadora.

- É preciso saber quem ainda não foi assaltado no Pará. No interior, os bandidos agem livremente e sem medo. A droga entra com uma velocidade estupenda, tanto no interior como na capital paraense - disse o senador, acrescentando que a Belém de outrora, onde as pessoas podiam andar nas ruas em segurança não existe mais.

Segundo Mário Couto, até para a entrega de jornais e correspondência é preciso pedir permissão a bandidos. Ele mencionou dois episódios que simbolizam a intranqüilidade em que vive o povo do Pará: a prisão de uma menina de 12 anos, na cadeia da cidade de Abaetetuba, numa cela com vários homens, e a morte de mais de 200 crianças recém-nascidas na maternidade da Santa Casa de Belém.

- Por serem de famílias pobres, nada aconteceu. Ninguém, absolutamente, foi punido. A imprensa falou do caso durante um mês, e não se fala mais. É o país da impunidade - lamentou Mário Couto.

O parlamentar associou esse esquecimento ao que teria sido uma ação deliberada para dar pouca visibilidade às denúncias de que Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, de 30 anos, filho do presidente Lula, é sócio em terras no Pará com o Banqueiro Daniel Dantas. As denúncias foram publicadas também em reportagem de O Liberal.

- No estado do Pará, todos sabem que o filho do presidente da República é sócio do Dantas - afirmou o senador.



05/08/2008

Agência Senado


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