Mário Couto refuta acusação de corrupção e reclama do PT
O senador Mário Couto (PSDB-PA) rechaçou, nesta terça-feira (31), acusações de que teria participado de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Pará (Alape), quando a presidiu, de 2003 a 2006. Segundo ele, um dos acusados no caso, José Carlos Rodrigues de Souza, ex-marido da servidora da Assembleia Daura Hage, divulgou nota negando seu envolvimento.
O jornal Diário do Pará teria publicado carta atribuída a José Carlos com acusações ao senador.
- Como é, Pará? Como é que o Ministério Público do Estado do Pará, que está apurando, está fazendo uma investigação, dá um documento tão importante como esse à imprensa, ao cabo de o acusado já ter que se defender, respondendo antes de ser chamado? Que investigação é essa? - indagou.
Mário Couto reclamou que um colega teria se referido a ele, em Plenário, ao dizer que "aqueles que falam que combatem a corrupção devem ter alguma coisa escondido".
O senador reclamou que, quando se trata do PT, não há cobrança. Ele mencionou decreto editado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho de 2005, na mesma época, segundo ele, em que surgiram as denúncias do escândalo do mensalão. O decreto, disse Mário Couto, determinava instalação de sindicância para averiguar possível enriquecimento ilícito de ocupante de cargo público no Executivo sempre que houvesse "fundada notícia" ou "indícios" nesse sentido.
- Foi pedida a do Palocci [abertura do sigilo bancário e fiscal]. Não abriram ainda. Não vão abrir. Ele pertence ao Partido dos Trabalhadores. É chefe da Casa Civil, não vai dar nada. O Arruda deveria ir para a cadeia. Mas coitado do Arruda! Só porque pertencia ao DEM. Se fosse do PT, duvido - comparou.
Discussão por tempo
Durante o discurso, Mário Couto protestou contra a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que insistiu para que o colega encerrasse o pronunciamento, depois de duas prorrogações do tempo regimental. Ele disse que não sairia da tribuna a não ser que ela permitisse que "se despedisse da nação brasileira".
A pedido do senador Flexa Ribeiro, colega de partido e de estado de Mário Couto, Marta Suplicy cedeu e garantiu ao parlamentar mais um minuto, além dos três que já lhe havia concedido. Flexa Ribeiro argumentou que diversos parlamentares estendem seus discursos por uma ou até duas horas.
Marta negou que discursos extrapolem o tempo regimental quando preside a sessão e reclamou do comportamento de Mário Couto, que, segundo ela, tem o hábito de "criar caso" por causa do tempo. O senador, porém, continuou protestando.
- Vossa Excelência vai me tirar da tribuna porque eu estava falando do Palocci, da corrupção do seu partido. Vou fazer oposição neste Senado e ninguém vai me calar - disse.
31/05/2011
Agência Senado
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