Marisa critica aumento da erotização no carnaval e sugere ação em defesa de crianças e adolescentes



Com o fim do carnaval, o momento é de retomar a luta pela saúde e pela integridade física e moral da juventude. O comentário foi feito pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que criticou o apelo à erotização vivenciado nesses dias de festa. Ela citou como exemplo a polêmica em torno da menina de sete anos que desfilou como rainha da bateria da Escola de Samba Viradouro, do Rio de Janeiro.

- A Vara da Infância, da Juventude e de Idosos do Rio de Janeiro foi a favor, deu a possibilidade de uma menina ser madrinha de uma escola de samba, embora o Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente tenha questionado vigorosamente a presença dela à frente da bateria da escola de samba. Com esse exemplo, quero dizer que a erotização das nossas meninas tornou-se até corriqueira com esse caso, que o Brasil inteiro acompanhou - afirmou Marisa Serrano.

A senadora pelo Mato Grosso do Sul citou ainda caso ocorrido há duas semanas em seu estado, na cidade de Miranda, que chocou a população local: duas meninas de 12 anos de idade foram entregues pela própria mãe para viver com homens da terceira idade. Conforme frisou Marisa Serrano, a antecipação da vida sexual das jovens não é um problema enfrentado individualmente pelo Rio de Janeiro ou por qualquer outro estado.

Visando mobilizar governo e sociedade em torno da necessidade de esclarecer jovens sobre os riscos do sexo precoce, a parlamentar apresentou, na semana passada, projeto de lei instituindo a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez Adolescente, a ser realizada sempre na primeira semana de fevereiro, antecipando o carnaval. O projeto (PLS 13/10) altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para obrigar o poder público a realizar campanhas educativas e inserir as adolescentes nos programas de atendimento à saúde feminina.

Marisa Serrano informou que, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cerca de 240 mil jovens no Brasil com menos de 18 anos são chefes de família. Tais dados, explicou, constam do relatório Situação da Infância Brasileira 2009, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Ela também citou informações do Ministério da Saúde, que registram o aumento do número de jovens que declaram ter vida sexual ativa: enquanto pesquisa feita em 1998 mostrou que 56,5% dos homens e 41,6% das mulheres entre 16 e 19 anos declararam ter atividade sexual, em 2005 esses percentuais subiram para, respectivamente, 78% e 68%.

- Quero, nesta quarta-feira de cinzas, acabando o carnaval, lembrar que é hora de darmos as mãos e fazermos chegar a nossa voz, o nosso apelo a toda a sociedade, para que se una em prol dessa causa, que é muito nobre - encerrou Marisa.



17/02/2010

Agência Senado


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