Marisa Serrano alerta para risco da entrada da Venezuela no Mercosul
Em pronunciamento nesta terça-feira (13), a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que o Senado deve ficar alerta diante da futura análise da proposta de adesão da Venezuela ao Mercosul, já aprovada pela Câmara dos Deputados. Além de condenar a corrida armamentista deflagrada por Hugo Chávez, a senadora disse que a Casa não poderá compactuar com um país que põe em risco as normas democráticas, ao reprimir os oposicionistas e promover a censura aos meios de comunicação.
Em seu discurso, Marisa Serrano acentuou que ultimamente a questão da Venezuela tem espelhado "contornos dramáticos", observando que "não se trata de uma questão isolada de um episódio que ocorreu lá atrás, quando o presidente da Venezuela tratou de forma deselegante os senadores e o Congresso Nacional".
- Não é só isso que nos preocupa. Preocupa-nos muito mais ver um país vizinho, que faz fronteira com o Brasil, numa corrida armamentista, armando-se até os dentes, não apenas comprando jatos de guerra e armamento pesado para o seu Exército, mas também mostrando a sua belicosidade no trato das coisas da América Latina. Há mais de 70 anos a América Latina não vê uma guerra e não se preocupa com isso. Mas é chegado o momento de também nos armarmos - disse.
Marisa assinalou que a entrada da Venezuela do Mercosul não pode ser avaliada somente pelos interesses econômicos do Brasil, mas também pela vigência da democracia em todos os países signatários do acordo que deu origem ao bloco comercial.
- Essa onda messiânica que se abateu e está se abatendo sobre a América Latina é preocupante - afirmou.
Em aparte, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) sugeriu que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) suspenda a análise da entrada da Venezuela do Mercosul por seis meses, a partir da chegada da matéria ao colegiado. Segundo ele, a proposta voltaria a ser examinada no decorrer da evolução dos acontecimentos políticos naquele país.
Camata sugeriu a aprovação pelo Senado, de uma resolução suspendo a tramitação da matéria na Casa por seis meses.
- Dentro de seis meses, conforme a evolução dos acontecimentos na Venezuela, podemos aceitar o documento e apreciá-lo. Ou, continuando como está, não há dúvidas de que temos um títere, um ditador governando aquele país, com todas as ameaças de um ditador com alguns problemas mentais. Pelo menos é o que parece - disse.
Também em aparte, o senador Romeu Tuma disse estar apreensivo com informações recebidas na semana passada de um militar da reserva, que atua na representação das Organização das Nações Unidas (ONU), sobre a possibilidade de importação, pela Venezuela, das técnicas de treinamento de homens-bomba.
Em resposta, Marisa Serrano disse considerar estranho o estreitamento de relações entre a Venezuela e o Irã, mesmo que o país latino seja um dos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
13/11/2007
Agência Senado
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