Marisa Serrano chama PAC 2 de obra eleitoreira



A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) acusou, nesta terça-feira (23), o governo federal de realizar uma manobra eleitoreira com o lançamento de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), chamado de PAC 2, anunciado para a próxima segunda-feira (29). As obras, previstas para 2011-2014, custarão R$ 1 trilhão, disse a senadora, e deverão ser realizados pelo próximo governo.

- Qual a razão? Não achei outra razão que não fosse o fortalecimento do discurso eleitoral. Do ponto de vista do investimento, fora dessa gestão governamental, lança um projeto que não interessa concretamente para a população, mas como figura de marketing, vai ser um continuísmo das ações desse governo - criticou, lembrando que o PAC 2 será lançado às vésperas de a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff deixar o cargo, o que configuraria a manobra eleitoral.

A senadora fundamentou seu argumento em leitura de matéria no jornal Valor Econômico desta terça-feira, em que, segundo relatou, um auxiliar do governo referia-se ao novo projeto como sendo "pouco significativo" relativamente às obras, porém "forte do ponto de vista da continuidade".

Marisa Serrano manifestou sua indignação pelo fato de o governo criar "uma falsa expectativa" na população, com obras que não serão executadas e nem mesmo pagas durante a atual gestão. Conforme Serrano, o próprio comitê gestor do PAC 1, por meio de relatórios emitidos pelos estados, divulgou nesta semana um balanço das obras segundo o qual 54% dos 12.163 mil empreendimentos contratados não foram concluídos. A senadora informou também que, de acordo com a Organização Não Governamental Contas Abertas, somente 11,3% das obras iniciadas em 2007 foram concluídas.

- Quero afirmar que ninguém possa pensar que se seja contrário a investimentos no país. O governo FHC fez inúmeros investimentos. Não se pense que a população possa viver de marketing e se iludir com marketing, Meu partido é a favor do investimento, O que nós somos contra é a politicagem que se pratica para o engodo do povo brasileiro - protestou.

A senadora referia-se à dívida já existente do PAC, de R$ 35 bilhões, que se for somada a esse novo investimento previsto de R$ 1 trilhão demonstra, avalia a senadora, deixa uma situação difícil de ser exequível pelo governo que assumir.

Em aparte, o colega de partido Papaléo Paes (AP) concordou que o lançamento do PAC 2 significa uma "interferência" no próximo governo.



23/03/2010

Agência Senado


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