Marisa Serrano diz que não vê propostas estruturantes no PAC



Em seu primeiro pronunciamento após a posse, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) afirmou, nesta segunda-feira (12), não acreditar que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), proposto pelo governo, seja capaz de proporcionar o desenvolvimento sustentável do país, por não apresentar nenhuma proposta estruturante, especialmente no que se refere a educação e à qualificação profissional dos educadores, área em que a senadora é especialista há 40 anos.

- O PAC não dá a ninguém o eixo e o rumo para onde segue a Nação, para onde vai levar o Brasil - disse Marisa Serrano, que criticou a falta de recursos para o Mato Grosso do Sul. Segundo a senadora, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal teriam sido contemplados com algum recurso. Mato Grosso do Sul, porém, foi esquecido pelo governo.

Em seu discurso, a senadora fez ainda uma retrospectiva das riquezas e dificuldades de seu estado e culpou a gestão de Zeca do PT pela atual paralisia do setor público estadual, pois ele teria descumprido, segundo ela, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A parlamentar pelo Mato Grosso do Sul destacou que, no final de seu governo, Zeca do PT teria prejudicado ainda mais o estado ao beneficiar empreiteiras com R$ 237 milhões e ao providenciar a aprovação, pela Assembléia Legislativa, de projeto de lei que garante salário vitalício de R$ 22 mil reais mensais a ex-governadores.

- Jose Orcírio Miranda dos Santos, nos últimos oito anos, fez um governo medíocre, um populismo assistencialista. Não firmou compromisso com a bandeira do desenvolvimento -disse Marisa Serrano. Para a senadora, o PT, que empunhou a bandeira da ética na política, protagonizou "uma verdadeira imagem do caos".

A senadora salientou as belezas naturais de seu estado - Pantanal, Bonito, Bodoquena e Jardim -, bem como seu patrimônio cultural, representado por artistas, cantores, poetas e atores - Manuel de Barros, Almir Sater, Tetê Espíndola, Paulo Simões, NeyMatogrosso, Glauce Rocha, Aracy Balabaniane Rubens Corrêa - e as riquezas econômicas - soja e bovinos. Ponderou, entretanto, haver dificuldades não solucionadas, como a morte de crianças indígenas por desnutrição, num estado que, informou, é o segundo de maior população indígena no país.

- São problemas seriíssimos que devem ser bem tratados e não estão sendo - disse a senadora. Para ela, é preciso ampliar a industrialização do estado, especialmente na área de energia, com a produção de etanol e biodiesel.

No início de seu discurso, Marisa Serrano prometeu dedicar-se "de corpo e alma" à elaboração de novas bases de um futuro melhor para o povo brasileiro e auto-intitulou-se pertencente à ala inovadora.Destacou ainda ser a primeira mulher a representar o Mato Grosso do Sul no Senado eressaltou a contribuição da mulher à política e à sociedade, ao trazer novos enfoques e modelos de ação e decisão sobre a organização da vida em sociedade.

Elogiou a atuação de parlamentares que representaram Mato Grosso do Sul no passado, a exemplo de Antônio Mendes Canalle, Ramez Tebet, Lúdio Coelho, Levy Dias, Italívio Coelho, Wilson Barbosa Martins e Juvêncio César da Fonseca.



12/02/2007

Agência Senado


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